O Praticante em grande em Almeirim


Realizou-se a 2ª edição do “Trail de Almeirim – Na Rota do Vinho e da Sopa da Pedra“, organizado pela A20KM Trail Running Team, Secção de Atletismo da Associação 20 km de Almeirim, com o Apoio do Município de Almeirim e da Freguesia de Fazendas de Almeirim, entre outras entidades.
Almeirim é uma região que encontra as suas origens nos remotos grupos humanos que aqui se vieram fixar após as alterações das últimas glaciações…
Encontram-se materiais do Paleolítico Médio, lascas Levados, passando-se de seguida para o Mesolítico. O Neolítico, o Calcolíticoe o Período do Bronze também se encontram representados.
O Período do Ferro marcou bastante esta região como provam as estações Arqueológicas Locais.
As Legiões Romanas de Décimo Junius Brutus estiveram neste local, subindo o Tejo e desembarcando perto de Santarém onde deixaram importantes marcas.
A ocupação das terras aráveis terá começado por volta do Séc. I a.C. Há por todo o concelho vestígios da presença, representado por Estações Arqueológicas.
Desenvolveram aqui a agricultura e a criação de gado: trigo e oliveira. Almeirim nasceu à beira do Tejo.
Mas vamos localizar Almeirim um pouco mais adiante na História, em pleno século XVI, onde os acontecimentos são mais abundantes e o registo dos cronistas nos aparece com mais precisão.
Com as suas magníficas coutadas de caça, que se estendiam por uma grande extensão, a vizinhança de Santarém, as proximidades do Tejo e ainda de Lisboa, com fácil acesso, por via fluvial, Almeirim tornou-se, desde logo, no lugar preferido dos reis da IIdinastia e a estância de Inverno frequentada por numerosos membros da Corte, de tal maneira que foi considerada a “Sintra de Inverno”, no século XVI, como se menciona e se dizia que “em Almeirim se estava em pilha como sardinha”.
Almeirim era pois, o ponto ideal para repouso, tal como disse Júlio Castilho na sua “obra “Lisboa Antiga”: “À fresca Almeirim afluíatodo o que tinha moradia e assentamento e todo o que desejava ter: o cavaleiro ocioso recém-chegado da Índia, o taful que buscava mulher nos estrados do Paço, todos os estalajadeiros, “mariposas do palácio”, namorados dos encantos de Portugal”.
Em Almeirim as intrigas palacianas, os amores forjados à sombra dos frondosos jardins do Paço Real, eram misturados com a resolução dos mais altos negócios do Reino, tanto se dizia que “punha Cupido a sua aula e tinha El-Rei o seu despacho”.
D. João I, entre 1411 e 1423, fez construir o Paço acastelado e as primeiras habitações que vieram contribuir para a criação da vila, depois do rei ter mandado proceder a trabalhos de terraplanagem, colmatagens e drenagens em terrenos paludados na zona da construção.
Foi o Paço Real em Almeirim palco de uma das mais problemáticas Cortes da nossa história.
Foi ainda no Paço Real que Garcia de Resende começou a imprimir o seu Cancioneiro Geral.
“Sintra de Inverno”, tal com era conhecida pela Corte, Almeirim foi cenário de festas pomposas e casamentos entre Príncipes, Donzelas e Infantes, mas de todo esse passado que animou o Paço Real, nada existe hoje que nos fale do fausto dessa época.
E foi nesta localidade conhecida também pela sua sopa da pedra, pela lenda de um frade que com uma pedra fez a referida sopa, que se realizou a segunda edição do Trail de Almeirim.

A prova seguiu por trilhos bem sinalizados com fitas azuis e brancas, em piso acidentado de constante sobe e desce, estradões e obstáculos naturais (alguns destes ultrapassados com cordas disponibilizadas pela organização!), por terrenos circundantes entre as Freguesias de Fazendas de Almeirim e da Raposa. Existiram vários postos de abastecimento líquidos e sólidos pelo percurso.
Entre as distâncias do Trail Longo – 30km, Trail Curto – 17km e Caminhada – 8km, finalizaram quase 900 aventureiro(a)s!
No Trail Longo a vitória foi de Tiago Godinho, seguido do seu colega de equipa Pedro Ribeiro (Caracol Trail Team), o terceiro lugar da geral foi de João Prisal (Rail Runners). No sector feminino a vitória sorriu a Raquel Costa (Gafanhori), em segundo lugar a madrinha da prova Sofia Roquete (Nutrimania) e a terceira classificada Carla Mendes (Tartarugas Solidárias). Nesta distância O Praticante fez-se representar com 2 atletas: António Soares (2º classificado M50) e Helder Félix (204º Geral).
No Trail Curto venceu Fábio Fontoura, seguido de Pedro Marques (O Praticante) e João Fernandes (Os Galgos de Tancos). No sector feminino, venceu Cátia Serôdio (O Praticante), seguida de Ana Margarida (CCD) e Sara Machado (Rail Runners).
O Praticante ainda participou com um 5º elemento: Jorge Soares, vencedor Juvenil do Trail Junior.

Uma prova em que O Praticante ia fazendo um pleno, quatro pódios em cinco possíveis, os parabéns aos nossos representantes
No final da prova seguiu-se a entrega de prémios.
Os balneários da Escola Básica de Fazendas de Almeirim foram disponibilizados para banhos aos atletas, foi disponibilizado também serviço de massagens e um bom almoço no final composto pela famosa Sopa da Pedra.
A organização está de parabéns pela 2ª edição de uma prova que tem pernas para andar, venha 2017.
Visualize os resultados aqui.
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Texto: Pedro Marques
Fotos: Organização