PAULO ALVES “UM DESAFIO, DUAS MARATONAS NUM MÊS”

Paulo Alves durante a competição

A Maratona do Porto estava há muito tempo nos meus planos, mas fui sempre adiando.” referiu Paulo Alves no inicio da sua crónica nesta mítica maratona.

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“10 maratona concluída” Paulo Alves

Comecei nas corridas de longa distância há 10 anos, mas só há 6 fiz a minha primeira maratona que foi em Lisboa 2018.

Depois a do Funchal em 2019 e a de Aveiro em 2023 por isso só me faltava esta para concluir o ciclo das maratonas portuguesas.

Assim foi com um misto de alegria e ceticismo, que recebi o convite do meu amigo e colega Nuno Lucas, para participar na maratona do Porto, em representação de OPraticante.pt.

OPraticante.pt é um site de desporto que outro amigo David Silva lidera.

Um projeto / um órgão de comunicação que já anteriormente tive o gosto, a honra de representar, foi o regresso a um projeto que conheço bem.

Via ali uma grande oportunidade de concluir o tal ciclo.

Mas por outro lado tinha acabado de fazer a maratona de Lisboa, teria quatro semanas de descanso ou de treinos, depende da perspetiva.

Mas era impossível não aceitar, a maratona já é um desafio, fazer duas no espaço de um mês seria outro desafio.

Paulo Alves
Foto: Runporto

“Cada maratona tem uma historia própria”

Infelizmente começou logo mal, na segunda semana depois de Lisboa, mudo de local de trabalho e o horário também mudou radicalmente.

Há 15 anos que tinha a mesma rotina devido ao horário e agora teria que improvisar.

Nas ultimas três semanas não consegui fazer os treinos longos que gosto e preciso, via me a correr mais depressa, com melhor postura, a respirar melhor e sobretudo a manter o ritmo, mas não fiz nenhum treino longo.

Cada maratona tem uma historia própria, quando fazes uma se calhar ate corre tudo bem, quando fazes 10, já aconteceu muita coisa.

Para esta correu mesmo mal, já não bastava a mudança do horário e ainda estava escalado para trabalhar sábado e domingo, mais um stress.

Na 6ª feira finalmente consigo fazer uma troca com um colega para domingo.

Mas no sábado teria que trabalhar ate ás 16h mais 3h de viagem. Contactado o David prontificou se a recolher o dorsal.

Chegado ao Porto pelas 19h30 fomos diretos ao Brasão para a apetitosa francesinha e a seguir um passeio ligeiro de quase 2h30 pela ribeirinha.

Paulo Alves
Foto: Runporto

Paulo Alves “…o speaker a dizer:-faltam dois minutos!”

Domingo, a prova começava ás 8h, la tive que correr o google maps á procura de uma pastelaria que abrisse ás 7h, coincidência encontro o David no mesmo local, que me entrega o dorsal.

Sinto me mais descansado, pequeno almoço tomado, dorsal colocado, manhã muito agradável e falta só chegar ao local da prova.

Entretive me demasiado e olho para o relógio e são quase 7h40, oh meu deus, estou tramado, saio a correr disparado.

Dou por mim a chegar ao bloco de partida a tempo de ouvir o speaker a dizer:-faltam dois minutos!

Tinha feito 3kms a 4.30m/km e nem tinha tempo de recuperar, nunca tinha chegado tão em cima a uma prova.

A corrida começou muito rápido, primeiro km em menos de 5 minutos e todos sabemos o tempo que se perde ate começar a soltar as pernas.

Tanto que tive necessidade de perguntar a um jovem se aquela era mesmo a prova da maratona, com a pressa podia me ter enganado em alguma coisa.

E com o jovem continuei durante 15kms a 5m/km, certinho como um relógio suíço, sentia me bem.

Foto: Runporto

“Mas sabia que ia pagar caro…”

Mas sabia que ia pagar caro pelo que me despedi dele e baixei para o meu ritmo 5.30m/km.

As ruas percorridas iam se sucedendo umas atrás das outras, ao contrário de Lisboa que praticamente é uma estrada única de cascais ate há meta.

Pelo km 27 entramos bem no centro da ribeirinha e que animação que lá havia com bombos e muita gente a aplaudir, logo de seguida havia de se fazer o regresso a Matosinhos.

Mas a manhã aqueceu e o calor começou a fazer se notar pelas 11horas e começaram as dificuldades para muitos dos atletas, desmaios, quebras, cãibras, vómitos, o costume.

Também eu havia de passar pela quebra, mas há que seguir, beber água e respirar fundo.

A chegada ao queimodromo é uma verdadeira festa, sucedem se os abraços aos colegas, beijos há esposa/o, pegar nos filhos ao colo, há sempre quem chore, porque é uma luta, o que para uns parece fácil para outros é uma enorme dureza.

Para uma maratona é preciso saber sofrer, cerrar os dentes e querer muito.

10 maratona concluída

Paulo Alves
Paulo Alves com a esposa

Com um “Obrigado ao site de desporto / ao órgão de comunicação OPraticante.pt e Heróis Betano pelo apoio”, concluiu este maratonista a sua crónica.

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