Recorde de Maratonistas “Finisher” 12ª Maratona do Porto EDP

As cidades do Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos foram o palco da 12ª Maratona do Porto EDP que se realizou no passado dia 8 de Novembro 2015 pelas 9h00.

Esta maratona foi organizada pela RunPorto e contou com o apoio das seguintes entidades: Câmara Municipal do Porto; Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia; Câmara Municipal de Matosinhos; Porto Lazer; Federação Portuguesa de Atletismo; Associação de Atletismo do Porto e Conselho Regional de Arbitragem da AAP, e de O Praticante como média partner.

No total, inscreveram-se cerca de 15.000 participantes, repartidos pelas três vertentes do evento (Maratona, FamilyRace e FunRace) tendo a maratona registado 6.000 inscritos.

Logo pela manhã, as ruas contíguas ao local de partida encheram-se de atletas das mais variedades nacionalidades: franceses, ingleses, espanhóis, alemães e outros que falavam uma língua que ninguém conseguia identificar. Porém, todos os que ali se concentravam, partilhavam uma mesma “linguagem” e entendiam-se com apenas um sorriso, um gesto afirmativo com o polegar, uma palmadinha nas costas. Todos sabiam que estavam ali com um objetivo comum, que partilhavam a mesma emoção: participar em mais uma maratona. Uns, tornando-se maratonistas pela primeira vez, outros procurando superar, uma vez mais, o grande desafio que é chegar ao fim da “Prova Rainha do Atletismo”.

O sol de novembro, a lembrar os saudosos dias de verão, marcou a sua presença nesta manhã memorável, dando mais brilho ao evento que se avizinhava. Por volta das 8h30, os atletas agruparam-se no recinto do Queimódromo, onde estava localizada a partida, colocando-se nos corredores. Na maioria dos participantes, um nervosismo ia crescendo à medida que se aproximava a hora da prova. Às 9h00 deu-se o tiro de partida, entre aplausos e gritos de apoio os 16000 atletas arrancaram para as três vertentes do Evento ao som dos Audiomachine “Sol Invictus”, uns, concentrados e procurando a melhor rota para fugir ao pelotão; outros, de braços levantados, acenando para o público e para o drône que sobrevoava acima das suas cabeças. Todos tinham iniciado uma aventura de 42 km pelas ruas das três cidades invictas: Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos e que só terminaria na meta final, passadas algumas horas.

Este ano, o percurso sofreu uma alteração substancial, após várias edições a iniciar junto ao Palácio de Cristal, o evento começou no recinto do Queimódromo, contornando o Parque da Cidade e retomando, de seguida, o percurso das edições anteriores junto à Rotunda da “Anémona”. Os primeiros quilómetros da Maratona e da FamilyRace foram comuns, dando-se a separação no regresso de Leixões junto à “Anémona”. Os atletas da Maratona seguiram em direção a Vila Nova de Gaia e os da FamilyRace regressaram ao recinto do Queimódromo. Em termos de abastecimentos líquidos e sólidos, a organização teve por objetivo chegar a todos os participantes e, na sua grande maioria, conseguiu fazê-lo. Ao longo do percurso foram colocadas várias animações musicais, com vários artistas e música ao vivo, dando mais uns incentivos aos atletas e razões para se superarem. Também não faltaram grupos do ginásio Kanguroos , vestidos com uma camisola laranja, alusiva à prova, com cartazes contendo frases de motivação tais como: “Não podes desistir agora!”; “A meta está ali!”; etc. Alguns deles gritavam os nomes dos atletas que iam passando através de altifalantes. O público também não deixou de estar presente aplaudindo e dando palavras de apoio em várias línguas, e chamando os atletas pelos seus nomes.

Junto aos km 39 e 40, iam concentrando-se alguns dos atletas que, após terem participado, vinham em busca dos seus amigos e colegas para acompanhá-los nos últimos quilómetros da prova.

No total, terminaram a prova 4.558 atletas, que representam o recorde da Maratona do Porto, superando os 4.041 da edição anterior.

Mas será este número verdadeiro, foram vários  os atletas a cortar a linha da meta, sem ser o seu tempo assinalado em vários postos de controle, existentes ao longo do percurso, terão sido daqueles atletas que o paralelo assustou e correram sobre o passeio, ou terão sido alguns que desistiram e posteriormente cortaram a meta, a organização da Runporto não merecia esta traição dos atletas a tão bela prova, mas apurámos que já se encontram a analisar os vários casos que lhes tem sido denunciados, e será providenciada a correcção.

No setor masculino, os atletas quenianos dominaram o pódio, com Gilbert Koech do Quénia, a ficar em primeiro lugar com 02:14, seguido de Jacob Chesari , também do Quénia com o tempo de 02:18, e de Biru Worku da Etiópia, em 3 lugar com 02.19.

Paulo Gomes, do Clube União Artistica Benaventense, maratonista olímpico em Pequim 2008, foi o melhor atleta português da Maratona do Porto, alcançando o 5º lugar da geral, com 2:23:13. Esta prova realizou-se no passado domingo e bateu recordes nacionais de atletas a cortarem a meta neste tipo de prova.

Para o atleta, “este domingo consegui mais um grande resultado na Maratona do Porto. Estou muito orgulhoso deste 5º lugar da classificação geral e o 1º português. Por causa das condições atmosféricas, apenas faltaram os mínimos para os jogos olímpicos…”.

Gomes, que corre com os ténis Skechers Performance, tem como objetivo atingir os mínimos olímpicos de maratona para o Rio 2016. Depois da vitória na Meia-Maratona do Dão (Viseu), do 2º lugar na Maratona de Coimbra e 5º na de Ovar, o atleta continua a lutar para vestir a camisola portuguesa nos Jogos Olímpicos pela segunda vez.

No setor feminino, houve pódio nacional, com BigridKosgeido do Quénia, a vencer a Maratona com o tempo de 02:47, seguida das portuguesas, Joana Nunes da ADERCUS, com 02:51 e de Rosa Madureira do FC Penafiel, com o tempo de 02:55.

Valquiria (1)
Foto: Helena Ferreira

Quem participa nas corridas da zona norte, certamente já terá ouvido alguém no público ou um atleta gritar de viva voz “Força Valquíria!!”, “Estamos contigo Valquíria!!”. Valquíria Silva é uma atleta do Boavista FC que marca presença na maioria das provas de estrada organizadas na região norte. Até domingo passado, faltava-lhe a “Prova Rainha do Atletismo” no seu palmarés. Tendo concretizado o sonho que há muito ambicionava, pedimos-lhe que que dedicasse um pouco do seu tempo, dando-nos o seu testemunho em relação à maratona em que participou no passado domingo.

O que te levou a querer fazer a maratona do Porto?
Como atleta fundista fazer uma Maratona, foi sempre um sonho pessoal. Já no ano passado preparei-me para me estrear nesta distância, mas uma cirurgia de urgência impossibilitou-me de a fazer. Este ano, consegui realizar este sonho, com um objetivo pessoal.

Como te preparaste e que tipo de treino fizeste?
O meu plano de treino teve de ser adaptado dado algumas limitações físicas que não me permitiram fazer muitos treinos longos seguidos. Optei por fazer meias-maratonas, foram seis ao todo desde o início do ano e ainda a Corrida de São João do Porto. Uma vez por semana, quando não participava em provas ao domingo,fazia um treino de 1h45 no máximo.Treinei sempre sozinhasempre por volta das 5h da manhã, aliás foi-me dada a alcunha de “Madrugadeira” na cidade onde vivo. Adoro treinar às 5h da manhã.Os treinos foram quase sempre diários. Só descansava um dia se tivesse agendado uma prova no domingo. Os meus treinos tinham duração máxima de 1 hora. O trabalho de Fartlek fazia sempre parte deles. Também tive ajuda do meu amigo Delfim Conceição,que me aconselhou e forneceu-me o Plano de Treino do meu amigo Davide, neste caso concreto o teu plano (risos), e ambos apoiaram-me imenso. Também recebi o incentivo de orientação do meu mister Baltazar Sousa que me motivou e não me deixou desistir da Maratona.
Também incluía trabalho de ginásio,mas sempre suave sem cargas elevadas. Fazia bicicleta vertical durante 30 minutos pelo menos duas vezes por semanas para trabalhar outros músculos e reforço muscular.Mas pessoalmente,e como uma amante da ESTRADA, quando tinha de fazer reforço muscular optava por um percurso com inclinações.

O objetivo em resumo era treinar mais dias mas com menor duração, ou seja,ao contrário de fazer distâncias de 30 km em diante, fazia treinos diários mais curtos e técnicos e uma vez por semana um entre 1h30 a 1h45. No final de cada treino, dedicava sempre algum tempo a fazer alongamentos, pois para mim um treino sem alongamentos no final é treino desperdiçado!

Como te sentias antes da partida?
Antes do tiro de partida estava serena,embora um pouco apreensiva. Eu tenho muita experiência em provas de fundo, sabia que deveria deixar o corpo mandar na prova. Tinha de estar muito concentrada e focada na prova que ia começar.O resto…era uma carta fechada que só seria aberta no fim.

Ouviste o tiro partida e…?
Ouvir o tiro de partida significa que agora temos que 42 km pela frente, teria que gerir o esforço com inteligência e discernimento e não pensar que ia para uma Meia Maratona,mas sim…para duas seguidas, também sabia que tinha muitos amigos ao longo do percurso a apoiar-me. Muitos colegas pecam por arrancarem demasiado depressa, eu, pessoalmente, opto sempre por ritmo progressivo.

Foi a tua estreia nesta distância, tem um sabor especial?
Esta foi a minha 1ª Maratona e tem um significado muito particular e pessoal. Testar os meus limites e realizar o sonho de qualquer fundista que é terminar uma maratona era um dos objetivos. O outro era através desta maratona homenagear as minhas Estrelinhas que agora brilham no Céu, foram nelas que me foquei durante a corrida toda.

O que foi para ti terminar a maratona?
Terminar uma Maratona é uma emoção indescritível. Uma sensação de que todo esforço de um ano resultou na concretização de um objetivo, tendo terminado sem lesões e num tempo razoável (3:41:48 – 1290º na geral, 18º em F35) dada as minhas limitações. Fiquei particularmente emocionada ao cortar a meta,pois lutei imenso para isto, foram treinos solitários de madrugada,muitas vezes doente,mas como sempre digo “Nada na vida se consegue sem sofrimento e esforço”.E consegui homenagear as minhas Estrelinhas que eram o meu foco como já referi.

O que achaste do percurso e organização da prova?
Particularmente,tenho imenso respeito pelo pessoal e organização da RunPorto. Estão de parabéns. Conheço muitos membros da organização, como uma corredora assídua das provas organizadas por eles, sinto-me em casa e em família. Sempre fui muito estimada e respeitada. Tudo esteve ótimo. Abastecimento de água,isotónicos,alimentos excelentes e em abundância. Senti muito apoio por parte da organização. Achei os canhões de jato de água pelo percurso uma maravilha!

A passagem pela Ribeira,embora tenha o inconveniente dos paralelos e apesar uma queda aparatosa naquele lugar, transporta-nos para um ambiente fantástico! Não faltaram conterrâneos e turistas a apoiar ao longo do trajeto. A marginal junto ao Mar traz-nos uma sensação de conforto e ar puro para além das vistas fantásticas da linda e acolhedora Cidade do Porto e do Rio Douro.

Gostava de dar os Parabéns a todos os participantes da Maratona, bem como aos da Caminhada e da FamilyRace que concluíram as suas provas.

Para terminar, gostaria de dar os parabéns à organização da RunPorto, Voluntários, polícias, bombeiros, fotógrafos e a todas as pessoas que estiveram horas, debaixo de um sol abrasador a aguardar seus amigos e familiares, sempre a apoiar os corredores que iam passando.

Em resumo: Foi um dia de muitas emoções e superação, que guardarei para sempre no coração.

Obrigado a todos! Bem-haja!

Falemos ainda da equipa de O Praticante representada nas três distâncias, com destaque na Maratona e para o Carlos Albano o melhor classificado da equipa.

Na Fun Race através de três participantes.

Na Family Race 2015 por Graciete Godinho, foi 2013 Geral / 332º F35 com 1h41m14s.

A grande representação esteve na Maratona, com onze atletas, Carlos Albano – 72 Geral – 14º M45 – 2:55:31, seguido de Cirilo Formiga – 523 – 10 º M60 – 3:23:49 (na edição anterior vencedor do escalão M60) / 808 – 85º – António Soares- 3:32:04 / 1002 – 210º M35 – Hugo Freire – 3:38:14 / 1038 – 258º M40 – Rui Miguel – 3:39:12 / 1048 – 111º M50 – António Nereu – 3:39:35 / 2086 – 511º M40 – Jorge Santos – 4:02:31 / 2686 – 403º M45 – Paulo Godinho – 4:15:54 / 3529 – 203º F40 Isabel Barra – 4:37:47 / 4505 – 446º M50 – David Silva – 5:44:09, e por problemas físicos uma desistência Elisete Manuel

Também a Associação Desportiva de Amarante, que “O Praticante” têm vindo a apoiar, esteve presente neste evento com quatro atletas na Family Race e sete Maratona.

Na Family Race por Miguel Queirós 221º geral – 136º M35 – 1:14:01, seguido por Osvaldo Teixeira 494º – 307º M35 – 1:20:28, Fernando Cerqueira 732º – 456 M35 – 1:2425 e Clara Carvalho 739º – 42º F35 – 1:24:30.

Na Maratona por César Duarte 691º geral – 130º M20 – 3:28:09, Carlos Macedo 1198º – 25º M60 – 3:41:33, Jorge Oliveira 1734º – 362 M35 – 3:55:46, Davide Pinheiro 2763º – 651º M40 – 4:15:40, Miguel Barros 3144º – 453º M45 – 4:25:41, António Veríssimo 3566º – 362º M50 – 4:37:38, Gustavo Teixeira 3567º – 570º M20– 4:37:09

No final, podemos concluir que este foi mais um evento de sucesso em que atletas de várias nacionalidades se juntaram com um objetivo comum: superarem-se e demonstrar que, com empenho e força de vontade tudo se consegue.

Texto:Davide Pinheiro

Fotos: Miguel David – O Praticante

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