Stephen Ferreira supera ventos e tempestades

Stephen Ferreira

O vento e a chuva foram obstáculos de monta no segundo dia - Foto: Getty Images

Stephen Ferreira tornou-se no primeiro e, até ao momento, único português a passar o cut no 58.º Open de Portugal at Royal Óbidos.

O torneio que ontem (sexta-feira) foi prejudicado pelo mau tempo, levando a que a conclusão da segunda volta só possa acontecer hoje (Sábado).

O português nascido e residente no Zimbábue foi um dos três únicos jogadores a concluírem os primeiros 36 buracos e maravilhou pela forma como dominou o vento, a chuva e a tempestade.

Condições meteorológicas suspendem por duas vezes evento

As condições meteorológicas levaram o European Tour a interromper a prova às 10h05, a recomeçar às 14h14 e a suspendê-la definitivamente às 16h40.

«A primeira suspensão ficou a dever-se ao risco de relâmpagos.

A segunda foi provocada por fortes ventos, com rajadas de 60 quilómetros por hora.

Tivemos quatro ocorrências de bolas que não pararam no green e quando assim é temos de parar», explicou José Maria Zamora.

José Maria Zamora desempenha o cargo de diretor de torneio no Open de Portugal at Royal Óbidos, designado para o efeito pelo European Tour.

«Vamos recomeçar amanhã e os jogadores vão para o ponto onde hoje deixaram o campo.

As previsões meteorológicas são melhores para amanhã.

Esperamos poder terminar a segunda volta e depois iremos iniciar a terceira volta, com saídas de dois buracos em simultâneo, para recuperarmos o tempo perdido.

Ainda vamos a tempo de terminarmos o torneio em 72 buracos (quatro voltas)», acrescentou José Maria Zamora.

Foi um dia de enorme provação para os 81 jogadores que estiveram em campo, dos 126 que ainda estão em competição.

Aqueles que não jogaram deverão ser beneficiados em relação aos que tiveram de ir para o campo em condições extremas, mas o golfe tem destas contingências e os jogadores sabem-no.

Vítor Lopes continua a liderar o torneio e já teve de jogar com equipamento de chuva – Foto: Octávio Passos

Vítor Lopes segura a Liderança

«É sempre uma decisão muito difícil.

Ele tem muitos mais anos do que eu a gerir um torneio e eu não tenho experiência nenhuma de gestão.

Mas como jogador senti que era injogável», disse Vítor Lopes.

Vítor Lopes manteve a liderança do torneio da Federação Portuguesa de Golfe, com 7 pancadas abaixo do Par, o mesmo resultado de ontem.

Ontem, o algarvio de 24 anos sofreu 1 bogey no buraco 2, mas compensou com 1 birdie no buraco 4, reiniciando amanhãhoje a sua segunda volta no buraco 5.

«Está um vento injogável. Joguei quatro buracos mas tivemos de parar.

Dar uma tacada de 300 metros, com um vento de 40 nós é impossível.

Há muito tempo que não jogava em condições tão difíceis, mas acho que aguentei-me bem.

No buraco 4, num Par-5 em que facilmente chego ao green ao segundo ‘shot’, joguei ‘drive’ e não cheguei ao ‘fairway’.

E eu sou um dos jogadores mais compridos deste circuito, é impensável», explicou.

Stephen Ferreira
Stephen Ferreira é o primeiro português a passar o cut – Foto: Octávio Passos

Stephen Ferreira tornou-se no primeiro e único português a passar o cut

A tormenta em que se disputou a segunda jornada tornou ainda mais impressionante o desempenho de Stephen Ferreira, que jogou os 18 buracos em 71 pancadas, 1 abaixo do Par, para totalizar 142 (-2).

Assegura-lhe desde logo o apuramento para a segunda fase do torneio.

Nestas circunstâncias, foi uma das melhores voltas da carreira do português de 28 anos, que fez 5 birdies e 4 bogeys.

«Estava brutal no campo.

Claro que estou orgulhoso por ter jogado em 1 abaixo do Par sob tanto vento, tanto vento… foi a primeira vez em que joguei sob condições de jogo destas.

Fiz o suficiente para passar o cut, espero que o tempo melhore e que seja possível fazer resultados ainda mais positivos», disse Ferreira.

Stephen Ferreira passou o cut pela quarta vez em cinco torneios disputados este ano no Challenge Tour, a segunda divisão europeia.

«Sendo do Zimbábue, é óbvio que não temos um tempo como este.

Temos sempre céus perfeitos, sem vento, mas estou habituado a jogar no Sunshine Tour, onde há vento nos torneios da costa sul-africana como na Cidade do Cabo ou ainda mais em Port Elizabeth», acrescentou o n.º3 português no ranking mundial, que quer aproveitar esta oportunidade para «mostrar ao povo de Portugal que existo».

Stephen Ferreira
O vento e a chuva foram obstáculos de monta no segundo dia – Foto: Getty Images

Open de Portugal at Royal Óbidos liderado por um português

O 58.º Open de Portugal at Royal Óbidos continua, portanto, a ser liderado pelo português Vítor Lopes, com 7 pancadas abaixo do Par, partindo hoje para o seu quinto buaco da segunda volta.

Tem 2 pancadas de vantagem sobre dois jogadores: o sul-africano Garrick Higgo (que vai para o buraco 7 com -1 na segunda volta) e o espanhol Carlos Pigem (que ainda nem iniciou a segunda ronda).

Neste momento é difícil dar os resultados 100% corretos dos jogadores ainda em campo, porque o European Tour está a recolher as classificações em cada três buracos e não em todos os buracos, como, por exemplo, no Portugal Masters.

Ressalvando, portanto, esta limitação e esta margem de erro, as classificações e resultados dos 14 jogadores portugueses ainda a meio da segunda volta são as/os seguintes:

1.º Vítor Lopes, 7 abaixo do Par (vai para o buraco 5)
9.º Ricardo Melo Gouveia, -3 (ainda não iniciou a segunda volta)
17.º Stephen Ferreira, -2 (já terminou a segunda volta)
17.º Ricardo Santos, -2 (vai para o buraco 7)
38.º Pedro Figueiredo, Par (vai para o buraco 7)
38.º Tomás Bessa, Par (vai para o buraco 10)
53.º Francisco Oliveira, +1 (vai para o buraco 13)
79.º Miguel Gaspar, +3 (vai para o buraco 4)
91.º Filipe Lima, +4 (ainda não iniciou a segunda volta)
91.º Tomás Melo Gouveia, +4 (ainda não iniciou a segunda volta)
101.º Tiago Cruz, +5 (vai para o buraco 7)
112.º Pedro Lencart (amador), +6 (vai para o buraco 18)
120.º João Magalhães, +8 (vai para o buraco 10)
125.º Alexandre Abreu, +26 (vai para o buraco 13)

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Texto:Hugo Ribeiro
Fotos: Getty Images

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