Trail das Lavadeiras montanha russa de diversão
O Grande Trail das Lavadeiras, recolhe a sua inspiração nas rotinas já longínquas das lavadeiras do rio Mondego, e o seu percurso procura recuperar as virtudes do seu baixio luminoso, terras de beleza arredia, subidas generosas, gente amável, de cepa antiga, caminhante, que recorda ainda os tempos das idas diárias ao Lavadouro, o pé descalço, a subida íngreme que convidava a dar-fé da trouxa de roupa suja trazida na véspera pelas freguesas.
Mondego no horizonte com Grande Trail das Lavadeiras
Com a curva do Mondego no horizonte, o Grande Trail das Lavadeiras faz a travessia das freguesias de Granja do Ulmeiro, Alfarelos e Figueiró do Campo, com passagem pelo Alto da Senhor da Costa, Paul da Madriz e freguesias sobranceiras, campos recortados com minúcia, onde os últimos milhos plantados resplandecem.
As mulheres de preto, a Ti Delfina da Ribeira, muito poupada durante a semana, dirá adeus – força rapazes!, à entrada da mítica Rua do Lavadouro, sob o sol que melhorava a “cora” devolvida à roupa exposta na barrela.
Há lugares, como a Rua do Lavadouro, onde tendemos a regressar, arriscando o corpo em perigos. A visita a estes lugares é inevitavelmente breve, tolhida pela fugacidade de mais um aperto de horas, neles relembramos o fastio da sua ausência, dos lugares, que queremos, no íntimo, que nos pertençam, para neles inventarmos, de novo, motivos para sermos felizes.
O regresso far-se-á, como sucedia com as lavadeiras fluviais, pelas correntes mais mansas da margem, lugares de encosta e mata fértil, que a sopa fervente, posta ao lume, esperará já, a apurar, junto ao local da meta.
Cheguei com uma enorme sensação de felicidade, prazer puro de ter andado a divertir-me à brava, quer na natureza pura, quer nos trilhos que a organização abriu e limpou de propósito para este Grande Trail das Lavadeiras. E, esses, eram mais que muitos, o que diz bem de uma organização que não se limitou a fazer só mais um trail, mas sim em criar uma montanha russa de diversão.
Organização impecável e de louvar o seu trabalho
Palmas para o imenso e bom trabalho, percurso muito bem marcado, abastecimentos colocados nos sítios precisos, colocados no mapa de altimetria com comida diversa e disposta de forma organizada.
Staff super simpático e atencioso, pronto a ajudar e incentivar quando as forças já não eram muitas. Preocuparam-se em colocar bombeiros nos sítios mais perigosos, havendo também algum pessoal da organização pelo meio dos trilhos e cruzamentos com estradas prontos a orientar e aplaudir.
Os vencedores
Trail Curto, teve um pequena diferença entres os primeiros Benek Morais – Ozxtreme – 1:45;35 venceu com Diogo Pinheiro – Individual – 1:46;07 a ocupar o lugar imediato e Diogo Baena – Juventude Vidigalense – 1:46;10 a fechar o pódio, em femininos Vera Bernardo – ARCD Venda da Luísa – 2:24;40 obteve a vitória, Carla Reis – ARSM – Poiares Trail 2017 – 2:29;24 obteve o 2º lugar e o 3º lugar foi para Margarida Simões – Agueda Action Clube / Actib – 2:38;07.
A equipa de OPraticante.pt fez-se representar por Zina Fernandes – 298º geral – 24ª V40 – 3:52;28 e Nuno Fernandes – 299º geral – 76º M40 – 3:52;28.
No Trail Longo Nuno Silva – Berg Outdoor venceu com 4h03m11s, Edgar Faria – Ozxtreme – 4:19;28 foi o 2º, e Paulo Morais – G. D. R. São Francisco da Serra concluiu o pódio com 4:21;50, em femininos a vitória foi para Sónia Tubal – Monsanto Running Team – 5:47;03, 2ª Luisa Santo – Salamandrecos – 6:05;38 e 3ª Dina Rocha – Associação Académica de Coimbra– 6:05;39
Parabéns à organização “PÉS TROIKADOS” e a todos quantos participaram nesta imensa festa e que chegaram com um sorriso nos lábios!
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Texto: Nuno Fernandes
Fotos: Fotos do Zé / Daniel Taborda / Love Me Tender Photography / FlyZoom