Vasco da Gama e a Maratona com Recorde

Ponte Vasco da Gama, uma ponte com história, com a história de Vasco da Gama, um navegador e explorador português, nascido a 24 de dezembro de 1524.

Vasco da Gama

Vasco da Gama, um nome com história

Vasco da Gama na Era dos Descobrimentos, destacou-se por ter sido o comandante dos primeiros navios a navegar da Europa para a Índia, na mais longa viagem oceânica até então realizada, superior a uma volta completa ao mundo pelo Equador. No fim da vida foi, por um breve período, Vice-Rei da Índia.

“Gold Label”

Mas se a Ponte Vasco da Gama têm história do nome de um grande homem, que lhe foi atribuído, nos dias de hoje continua a fazer história, e já lhe foi permitido visualizar muita coisa, como inclusive recordes do guiness realizados na mesma, e no ultimo fim de semana assistir, permitir que nela se realizasse mais uma edição da Meia e Mini Maratona Rock ‘n’ Roll, duas das únicas provas que em Portugal têm o mais alto galardão da (IAAF) a medalha “Gold Label”.

Vasco da Gama

Rock ‘n’ Roll um evento de sucesso

Se estas provas partiram da Ponte Vasco da Gama, já a Maratona Rock ‘n’ Roll, partiu de Cascais, e no total de todos estes eventos estiveram cerca de 25.000 participantes, que fizeram a festa do desporto, da cor, de mais uma internacionalização do evento, em Lisboa, capital de Portugal.

Falar de Carlos Móia, o líder do Maratona Clube de Portugal, e dos três rostos mais visíveis da sua equipa Rafael Marques, João Gomes e de Maria Simões na organização dos seus eventos, é falar de uma equipa de sucesso a que se sucedem inúmeros colaboradores, todos de grande valor.

E este evento não poderia ter terminado melhor pois era objectivo da organização que os recordes dos percursos fossem batidos e, depois de há um ano ter sido superado em femininos, voltou a ser superado este ano.

Vasco da Gama

Maratona Rock ‘n’ Roll

Começamos por falar da Maratona que teve a sua partida no hipódromo de Cascais, tendo a mesma sido bem organizada com camiões para transportar os sacos com os pertences dos atletas para o local da meta, devidamente ordenados pelos números dos dorsais para ser mais rápido a sua entrega.

Deu-se a partida em direcção à Marginal, Lisboa e ao Parque das Nações, o ambiente, a temperatura de inicio estava boa, mas depois no decorrer do evento foi aquecendo um pouco, nada de mais pese embora alguns se tivessem queixado da temperatura.

O céu límpido, a maré vazia, as águas paradas que reflectiam o sol num cenário bastante bonito e apelativo e que era permitido aos atletas usufruir ao longo de quase todo o percurso onde, a espaços, havia uma banda a tocar, pois era uma Maratona do Circuito Rock’n’Roll.

Entraram no Passeio Marítimo, evitando assim a respeitável subida ao Alto da Boa Viagem. Bandeiras de vários países eram agitadas por rapazes e raparigas que não se cansavam de os apoiar.

Alfred Kering
Alfred Kering

Os suspeitos do costume

Na frente da corrida os suspeitos do costume, os quenianos, os etíopes iam dominando a seu belo prazer, revezando-se no comando da corrida até que ao km 35,  Alfred Kering arrancou sem oposição, dando ainda a sensação de que iria bater o recorde do percurso, mas o facto de liderar, sozinho, durante 7 kms e de tal como ele disse “Senti dificuldades com o calor a partir do 20 / 25 kms“, terá contribuído para o ritmo final não fosse o que desejasse.

Reuben Kerio do Quénia – 2:11;09 e Seboka Nigusse da Etiópia – 2:11;42, ocuparam os restantes lugares do pódio.

Ezequiel Lobo
Ezequiel Lobo

Ezequiel Lobo o melhor português

Ezequiel Lobo, em representação dos Bombeiros Voluntários de Montemor O Novo, foi o melhor português na Maratona, um ilustre “desconhecido” que obteve o 13º lugar geral / 2º escalão M40, com o tempo de 2h 40m 36s, declarando à chegada “Não foi o tempo que esperava, mas estou satisfeito por ser o 1º português, foi fantástico” e acrescentou “A partir do km 30 estava um vento forte de frente, não arrisquei, tive receio, e geri o meu esforço, para manter a posição que trazia, ultima parte depois da baixa de Lisboa, o paralelo complicou, mas geri e terminei muito bem, foi a primeira vez que corri a Maratona de Lisboa, a organização está de parabéns“.

Sarah Chepchirchir
Sarah Chepchirchir

Recorde do percurso em femininos

Nos femininos a frente da corrida foi parecida com a dos masculinos, os países africanos dominaram tendo na parte final da corrida Sarah Chepchirchir, do Quénia, acelerado e vindo a vencer com 2h24m13s, novo recorde do percurso superando o anterior de 2015 (2:25;09), e a sua marca
pessoal que estava nas 2h30m.

Sarah Chepchirchir confessou “Foi a minha 2ª Maratona esta época, não estava à espera da marca, nem de vencer, a temperatura estava agradável, gostei da experiência

Rosa Madureira a Veterana, foi a melhor portuguesa

A veterana Rosa Madureira, de 40 anos de idade, que têm privilegiado essencialmente as corridas de trail / montanha, deu o ar da sua graça, obtendo o 21º geral / 2ª escalão F35, com 2:47;54, demonstrando que as suas qualidades não ficam pelas áreas que predomina, mas também na estrada efectua prestações relevantes.

Rosa Madureira manifestou ” Muito Feliz por ser a 1ª portuguesa, por ter melhorado a minha marca de 2015, muito feliz com a minha prestação apesar do calor

Rosa Madureira
Rosa Madureira

Meia Maratona Rock ‘n’ Roll

Por volta das 7h já se vivia na Gare do Oriente, frente ao Centro Comercial Vasco da Gama, o ambiente de festa do desporto que envolve o evento, camisolas, bonés, roupas de todas as cores e feitios, era um corre, corre, de um um lado para o outro, uns vinham de carro e a preocupação de o estacionar, outros vinham de comboio.

Mas todos com o mesmo objectivo, apanhar os autocarros que os iriam transportar para a ponte Vasco da Gama, um autêntico comboio de autocarros ia chegando e partindo consecutivamente, sem parar, porque era a única forma de os participantes chegarem ao local de partida.

Enquanto isso no local da meta ultimavam-se os preparativos para os receber, na ponte Vasco da Gama os participantes iam-se juntando à espera da hora da partida.

Após chegar ao ponto de partida na Ponte Vasco da Gama, os atletas da Mini Maratona e Meia Maratona são separados, situação essa que não acontece em muitas provas, o que por vezes gera algum desconforto para quem leva a prova mais a sério, ver aquele mar de gente todo em cima da ponte a tirar fotos e a apreciar a bela paisagem para mais tarde recordar é qualquer coisa de arrepiante.

Dado o tiro de partida na ponte Vasco da Gama, nem sempre é possivel começar a correr, visto ser uma prova com mais de 20 mil pessoas, mas após alguns metros lá se começa a corrida, dizer que se adora a prova, ver cada vez mais pessoas a fazer desporto é para nós um orgulho.

Da ponte Vasco da Gama pode-se apreciar uma parte linda da cidade de Lisboa só para nós corredores é qualquer coisa de inimaginável com palcos, onde várias bandas actuam, a tocar para animar os corredores, e também os excelentes espectadores foi para muitos uma novidade, espectadores esses que manifestaram o seu apoio aos atletas do início ao fim.

Falar dos abastecimentos e dizer que até hoje foi dos melhores que encontrámos, não é faltar a verdade, a organização com apoio médico em vários pontos da prova, o que por vezes outras organizações descuram este importante aspecto, são alguns dos pormenores que fazem a diferença, entre o sucesso e o fracasso de um evento.

Esta organização, a organização do Maratona Clube de Portugal está atenta a todos os pormenores, e todos os anos inova, e melhora o que tiver corrido mal.

Genet Yalew
Genet Yalew

Beatrice Mutai não repete triunfo de 2015

As esperanças em que Beatrice Mutai repetisse o triunfo de 2015 e fosse a segunda atleta a obter dois triunfos consecutivos não se confirmaram.

A vitória foi para Genet Yalew da Etiópia com 1h10m25s, que manteve um agradável despique com a Margaret Agai do Quénia até à linha da meta, superando-a por três segundos, 19s depois da vencedora chegou Valary Aiybei com 1:10;44, Beatrice Mutai ficou-se pelo4º lugar, com 1:12;33.

Genet manifestou-se “Muito feliz por ter vencido a Meia Maratona de Lisboa

Dulce Félix e Doroteia Peixoto
Dulce Félix e Doroteia Peixoto

Dulce Félix cumpre os seus objectivos

Dulce Félix foi a melhor portuguesa, obtendo a 6ª posição com 1:16;19, dizendo “Depois de vir dos Jogos Olímpicos, de uma época desgastante, sabia que não estava em forma“, referindo “Vim aqui fazer parte da festa, desta organização do Maratona Clube de Portugal”, sobre a sua prova “Estava um pouco de vento, mas como este ano vim numa de participar, e apesar disso mantive um ritmo superior ao que pensava, a maior dificuldade foi comigo própria“, para terminar “Os meus principais objectivos são o Nacional, o Corta Mato de Estrada e a Taça em representação do S. L. Benfica“.

Nguse Almosom
Nguse Almosom

Nguse Amlosom repete triunfo de 2015

Nguse Amlosom repete triunfo de 2015, com 1:02;39, superiorizando-se a Remmy Ndiwa – 1:02;48 e Wilfred Kimitei – 1:02;49, nos homens o despique foi maior com a diferença entre os três primeiros a ser bem curta, foi na recta da meta, que tudo se definiu.

Nguse Amlosom “Feliz por bater a concorrência, que é muito forte em Lisboa, e pela vitória pelo segundo ano consecutivo“.

Samuel Barata
Samuel Barata

Samuel Barata o melhor português

Samuel Barata foi o melhor português, obtendo o 7º da geral / 7º Sénior, com 1:05;16, demonstrando a sua satisfação no final “Sinto-me feliz, a prova correu bem, não estava com esperanças de fazer uma boa marca, porque tenho pouco tempo de treino, mas tinha o objectivo de ser o 1° Português e consegui ser e a marca até não foi má de todo. A prova é muito boa, só fez foi um pouco de vento forte na parte final, que dificultou um pouco. Quero também dar os parabéns à organização pelo excelente evento e pró ano há mais“.

Rafael Botelho
Rafael Botelho

Espanhol vence em Cadeiras de Rodas

Na Corrida de Cadeiras de Rodas, Rafael Botelho de Espanha foi o vencedor com 49m49s, dizendo à chegada “Estou feliz por ter vencido, a corrida foi muito táctica, treinei a corrida de estrada nos Estados Unidos, para vir aqui vencer, mas consegui na final o que pretendia, ser vencedor“, Jonh Smith – Inglês foi o 2º – 50;54 e 3º Alexandrino Silva – 54;05, um português no pódio, de louvar o grande empenho, e esforço que este atleta teve durante toda a aprova e que mereceu a sua subida ao pódio.

Eva Moral Pedrero
Eva Moral Pedrero

Em femininos Eva Pedrero venceu, com 1:08;07, seguida de Martyna Snopek – 1:15;14

O Praticante no pódio da Maratona com Carlos Albano

Carlos Albano – 32º geral / 3º escalão M45 – 2:52;45 (9º português) foi o melhor na Maratona da representação do projecto de O Praticante, da equipa opraticante.pt, tendo declarado “É um orgulho representar a equipa de O Praticante, já no ano passado também em representação deste projecto fui ao pódio da Meia Maratona dos Descobrimentos, agora foi nesta Maratona, podia ter obtido um melhor resultado e se calhar até vencido o meu escalão, mas não vinha com preparação suficiente, por isso saio satisfeito com o resultados alcançados“.

Luís Mota e Carlos Albano, da esqª para a dtª
Luís Mota e Carlos Albano, da esqª para a dtª

António Soares – 523º geral / 48º escalão M50 – 3:29;18, Nuno Lucas – 1243º geral / 278 escalão M40 – 3:54;39 foram os companheiros na Maratona e na Meia Maratona por Artur Basilio – 1169 geral / 211 escalão M40 – 1:49;14, Eduardo Figueira – 2572º geral / 543º Sénior – 2:03;18 e João Figueira – 3184º geal / 633 Sénior – 2:08;27 para além destes foram vários os atletas que participaram na Caminhada Luís Canhão, Claudina Canhão, Amália Mendes, Maria Fátima Soares e Jorge Soares, David Silva, Miguel Mendes e Rui Miguel por lesão acabaram por não poderem dar a sua prestação à equipa.

Falta de Civismo, de Respeito

E para terminar, vamos falar de algo que é uma total falta de civismo, de respeito para com os outros corredores que vêm atrás, que é demonstrado não só neste evento, mas na maioria dos eventos a nível nacional.

Estou a falar dos abastecimentos, principalmente os que têm fruta, ver cascas atiradas para o asfalto, precisamente por onde tantos ainda têm de passar correndo o risco de escorregar e escorregam mesmo. Custaria muito atirá-las, pelo menos, para a berma, já que transportá-las 20 metros até ao caixote poderia fazer perder muito tempo?

E que dizer das embalagens de gel, dadas às dúzias, para ficarem espalhadas pelo caminho sem ser usadas?

E as garrafas de isotónico quase cheias, atiradas fora, quando havia copos com a quantidade certa?

E as trocas de dorsais que continuam a ser uma má prática corrente, que gera problemas sérios de classificações, com prejuízos para os atletas honestos?

Nos pontos acima referidos as organizações não podem fazer nada a não ser tomar fortes medidas repressoras, e quais ? Como as colocar no terreno.

Depende de cada um ser cívico, ser respeitador dos demais

Depende de cada um ser cívico, ser respeitador dos demais, como gostamos de ser respeitados, por isso teremos de ser nós, todos nós a mudar, para termos provas mais limpas, em que não sejamos sujeitos a acidentes, pela incúria dos demais.

Bem sei que as pessoas que têm a paciência de ler estas linhas, não são as que praticam estes lamentáveis actos, mas como são os que sentem mais vergonha por eles acontecerem, limito-me a registá-los enquanto se continua a aguardar que mudem as mentalidades dos prevaricadores ou então, que a mão pesada da Organização se faça sentir.

Mas aí, todos ficarão aborrecidos por ficarem sujeitos a um maior controlo. Sei que é muito difícil, mas se tiver que ser, que seja.

Fica um agradecimento ao Fernando Andrade, dado que a parte final deste artigo é totalmente da sua autoria, bem como alguns pormenores do restante texto, a que O Praticante se associa, e repudia a atitude destes atletas que não têm qualquer respeito, pelos demais corredores.

E os próximos eventos do Maratona Clube de Portugal serão:

2016

11 dezembro – 59º Grande Prémio de Natal

2017

19 março – Meia Maratona de Lisboa

21 maio – Lisboa a Mulher e a Vida

01 outubro – Rock’N’Roll Maratona e Meia Maratona

Mais informação aqui.

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Texto: Henrique Dias / Fernando Andrade / Artur Basilio
Fotos: Zé Gaspar / AMMAgazine.pt / Correr Lisboa / all4running.pt / Marcelino Almeida

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