VI Trail Santa Justa – Aceita o Desafio!

Trail da Santa Justa, um dia para recordar
Um dia igual a outro dia, um dia que passou a ser diferente, um dia que mudou a minha vida. Delicia-se as bolachas no conforto do meu estômago. No sofá, cansado e de frente para a tv, e sempre com os mesmos programas decidimos experimentar algo de diferente…
Não perdemos tempo, calçamos num pestanejar, montamos a bicicleta do avô e a cada pedalada passamos a sentir o vento, sensação de liberdade e de bem-estar. Até ao momento que vimos o estaleiro do Trail da Santa Justa na Sede da ATAD – Amigos do Trail Associação Desportiva. Ouvimos falar, em tempos, duns loucos que corriam pelo monte fora, desalmados, cansados mas de largos sorrisos.
Tocamos à Porta da Oralklass – Amigos do Trail
Resolvemos tocar à porta da equipa Oralklass – Amigos do Trail e conhecer melhor esta gente.
Atendeu-nos gentilmente a Presidente Brígida Raquel, é também a directora da prova, Trail Santa Justa.
Eu, de rosto rosado e humildemente, comecei por fazer perguntas sobre estas corridas, e facilmente fiquei apaixonado, mas o melhor ainda estava para chegar.
A simplicidade desta gente nos levou por uma escada estreita, a gemer e velha, até ao sótão… Lugar de enormes memórias, por entre paredes de velho reboco, repleta de retratos do atletismo, não faltam. Como troféus e outras mais recordações. Ao fundo, e num canto, um baú… um baú que nos leva a um outro mundo.
Descobrimos neste mundo um passado de lembranças e de registos sobre o Trail Santa Justa. Tudo registado, arquivado, num livro mágico.
A Brígida, sacode levemente o pó do mesmo, há delicadeza na relíquia e abre na primeira página. Sentados em velho sofá, sou uma criança, pronta para ouvir uma história.
Começamos por desfolhar o livro pousado sobre os joelhos referente às 5 anteriores edições do Trail Santa Justa.
Recordar as 5 Edições do Trail Santa Justa
E conta-nos a Brígida sobre estas edições ao virar de cada página.
O Trail Santa Justa teve a sua primeira edição em 2012, e na altura contou com cerca de 700 atletas.
Nos 3 primeiros anos da prova, o início e meta foi no Parque da Cidade de Valongo.
Alterando em 2015, para o alto da serra, junto à capela de Santa Justa.
Tornando a prova mais mítica, e a única em que todos os atletas acabam a “caminhar”, devido à subida final.
O número de participantes aumentou de edição em edição, e este ano limitamos o número de participantes aos 1300 atletas.
O mais prazeroso neste projeto foi vê-lo crescer, no primeiro ano eramos um staff de 10 elementos, que recorreu a todos os amigos e familiares para levar a “bom porto” a prova.
ATAD – Amigos do Trail Associação Desportiva
E agora em 2017, somos a ATAD – Amigos do Trail Associação Desportiva, associação constituída recentemente, com uma equipa de 50 atletas de trail. Todos movidos pela mesma paixão a este desporto, que coloca este projeto em funcionamento.
Em 2016 e nos anos anteriores, os elementos da direção desta nova Associação, colaboraram com o Grupo Dramático e Musical de Campo, e tivemos sempre o importante apoio da Câmara Municipal de Valongo.
E fala, também, da importância do deporto no concelho de Valongo.
A 6.ª edição do Trail da Santa Justa, a decorrer no dia 30 de julho de 2017, revela uma indiscutível importância para a promoção do Trail Running e do Parque das Serras do grande Porto.
Devido a integrar o Campeonato Nacional de Trail series de 150, da Associação de Trail Running de Portugal e continuamos a fazer parte do Circuito dos Trilhos de Valongo 2017.
No sentido, também, de promover essencialmente a prática do desporto na natureza.
A Hora já se faz tarde, fomos para casa contra à vontade, todos os nossos sentidos apelavam a querer saber mais, neste momento fui uma criança a quem roubaram um rebuçado.
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A criança que há em nós
No dia seguinte, há em mim a tal criança, a criança birrenta, a criança com cérebro de fome e estômago de curiosidade!
Pelo passeio em diante, resolvemos ir ter com o director técnico da prova, o João Nogueira, o mister da Oralklass – Amigos do Trail.
Tínhamos interesses em descobrir, como foi o organizar o primeiro trail Santa Justa e como vai ser o percurso da VI edição.
Sentamos numa esplanada do café à conversa, a cada frase engolia um tremoço, passa uma moto barulhenta à dentada, e a cada expressão batia a cerveja na goela… que bom!
Fala-nos o João. O percurso é top! Na minha opinião dos melhores que há nas redondezas. Sempre com uma grande mistura do que há de interessante nesta modalidade.
Um trail com um percurso que começa inserida na montanha e termina na mesma, junto aos trilhos… Então, pergunto eu, um trail puro, ou seja, fora da civilização e junto ao trilho? E nos responde de uma forma simples e prática… Yeaahh…
E á medida que o João ia falando do percurso, entra a mente no trilho… Segue o single-track, será o teu ténis direito a beijar a pedra, e o teu ténis esquerdo, atraiçoar, e beijar a terra.
Passamos pelo sanatório de Valongo. Descemos para o ribeiro seco, não queremos imaginar nem espreitar à nossa esquerda, nem pensar no que nos espera. É até a cabeça encolher, estamos a subir, desejamos que a subida termine e quando terminar vamos nos achar uns heróis.
O teu cérebro te diz até a Aldeia de Couce será sempre a descer
O teu cérebro te diz até a Aldeia de Couce será sempre a descer. Sim! Desce mas desce com cuidado, por entre trilho técnico. Desce, se vai alguém à tua frente a incomodar ou no teu encalço, então encosta, senta-te e aprecia o vale do rio Ferreira e a parede esverdeada de pinheiral, a serra de Pias.
Mais tarde, chegas junto a Aldeia de Couce. A aldeia que nasceu entre montanhas, alimentada pelo rio Ferreira. Ali perto as duas distâncias se dividem e se juntem novamente… Mais a mente não te pode falar, xiu! É segredo… Só no próprio dia é que os trilhos te podem contar.
E os abastecimentos são…
Não há trail sem abastecimentos, e o Trail da Santa Justa não foge à regra.
Fomos às instalações da Oralklass – Clinicas Dentárias para falar com a Rita Loureiro, a responsável pelo aprovisionamento – abastecimentos.
Queremos a toda a dentada saber como é preparado os abastecimentos no Trail da Santa Justa.
Começa por nos contar que em primeiro é, calcular em média o que vamos gastar de alimentação conforme o número de atletas inscritos.
Em seguida, organizar as pessoas responsáveis por cada abastecimento, assim como todos os restantes elementos que vão compor todos os postos de abastecimento.
E continua, delinear o que é preciso em cada um dos abastecimentos. Por norma começo por fazer uma lista dos alimentos essenciais num reforço durante uma prova.
Assim como, fruta (banana, laranja e melancia), salgados (batatas fritas, amendoins salgados e sal), marmelada, tostas, barras energéticas e tomate para que os atletas possam mergulhar no sal. E bebidas, também não faltam… Para que os atletas se possam hidratar em todos os abastecimentos colocamos água, coca-cola e bebidas isotónicas.
Tudo isto é organizado cuidadosamente em cada abastecimento por “secções”.
A secção das bebidas, dos salgados, da fruta e dos doces. Cada responsável pelo posto de abastecimento, fica encarregue que o seu posto fique organizado desta forma para que durante a prova os atletas já estejam habituados a esta organização e seja fácil para o atleta detectar logo onde está o alimento que deseja naquela altura.
E termina, para que tudo corra bem e não faltar nada aos nossos atletas, conto com a preciosa ajuda e apoio do Intermarché de Valongo.
Os abastecimentos são exclusivamente fornecidos por este nosso fundamental apoio. E aproveito, em nome de toda a organização do Trail Santa Justa, o nosso muitíssimo obrigada.
Clínicas Oralklass, apoia o trail…
Depois disto, só nos ressalvava um bom almoço… e fomos almoçar ali bem perto. Sim!
Porque de tarde havia muito mais a saber… Após um bom garfo e faca, regressamos às Clinicas Oralklass. Só nos faltava saber, e para terminar esta nossa curiosidade de criança, falar com o David Morais. Tínhamos de saber, qual a razão do patrocínio numa equipa de trail.
Passamos a escutar o David com atenção, antes de irmos embora: Fui convidado pelo Rui Pereira em 2012 para patrocinar uma equipa de trail com 1 ano de existência. Recusei logo à partida! Nunca tinha corrido nenhum trail, nem sequer gostava de correr e para mim não fazia qualquer sentido.
Uns meses depois do convite, experimentei um trail, o Trail do Coração
Sem fazer qualquer treino de preparação fui correr pela equipa para a qual me tinham convidado patrocinar, foram cerca de 15km… Estive para desistir a meio, mas o amigo Rui Santos que na altura pertencia à equipa, não me deixou desistir, deu-me força para continuar… E fomos juntos aos “vassouras” a limpar as fitas e nos últimos 5km ainda ganhamos forças para não acabarmos em último e ultrapassamos para ai umas 20 ‘velhinhas’…
Apesar da “tareia”, fiquei a adorar aquilo e a pensar que era capaz de ser um desporto com futuro e que me agradava pelo intenso contacto com a natureza.
Entretanto, o atleta Rui Pereira, cliente das clinicas ORALKLASS, numa consulta voltou a insistir no assunto do patrocínio. Disse-lhe que ia pensar…
Depois de muito reflectir, sobre o assunto voltei a falar com o Rui Pereira para lhe propor as minhas condições para patrocinar a equipa…
Teria de fazer parte das decisões. Ser o patrocinador principal obrigaria a ter controlo sobre a organização da equipa para que esta não prejudica-se a imagem da empresa. O dinheiro investido seria gerido de uma forma controlada e a pensar no futuro.
ATAD uma equipa profissionalizada
Uma das condições que coloquei para entrar como patrocinador era tentar criar uma equipa profissionalizada e para isso teríamos de criar forçosamente uma associação e teríamos de trabalhar para isso.
Não foi fácil tentar implementar a ideia que trazia, felizmente foram começando a ser também as ideias da maioria. Encontrei muita gente de grande qualidade na equipa, o que ajudou muito na construção da mesma.
Passamos por períodos difíceis mas como qualquer equipa para crescer há que saber ultrapassar as adversidades.
Neste momento tenho orgulho de dizer que somos uma das melhores equipas de trail a nível nacional e com uma organização de fazer inveja a muitas no mundo. Para além disso, o objetivo da Associação, a ATAD – Amigos do Trail Associação Desportiva, já foi conseguido. Temos futuro com certeza…
Assim, descobri um novo mundo… transportei o sofá e a tv para os trilhos. E nos trilhos, não preciso de mudar de canal, a própria natureza se encarrega de me dar alegria, conforto, e bem- estar…
– Miguel!? Miguel? – Bem! Os meus amigos já me chamam, está na hora do treino.
Até já!
A Prova
Organização e Apoios
A VI edição do Trail Santa Justa é organizada pela ATAD – Amigos do Trail Associação Desportiva, nomeadamente através da equipa Oralklass – Amigos do Trail, e co-organização da Camara Municipal de Valongo.
Este evento conta com os apoios da Junta de freguesia de Valongo, Bombeiros Voluntários de Valongo, Grupo Dramático e Musical de Campo, Agrupamento de Escuteiros n.º1329 de Sobrado, Agrupamento de Escuteiros n.º1358 de Gandra, OPraticante.pt, Intermarché de Valongo, Vidraria Baltarvidro, Ginásio Chillout e Pauperio.
Apresentação da Prova / Programa
Dia 30 de Julho de 2017, junto à Igreja da Santa Justa será a partida e chegada das duas provas competitivas (30 km e 15 km) e duma caminhada, não competitiva, com cerca de 6 km.
A partida do Trail Santa Justa, de 30 km, será às 8:00h. Esta prova é pertencente ao campeonato Nacional de Trail – ATRP, e ao campeonato Regional Zona Norte. Os atletas irão ter pela frente um desnível acumulado positivo de 1500m, tendo classificação de trail longo de grau 3, conforme avaliação da ATRP.
O Mini-Trail Santa Justa, de 15 km, parte às 9:00h. Para estes aventureiros o desafio será de 850m de desnível acumulado positivo, classificação de trail curto de grau 3, de acordo com a avaliação da ATRP.
Inscrições
Podes-te inscrever aqui.
Para mais informações, consulta:
Facebook do Evento.
Organização no Facebook.
E Tu? Aceitas o nosso desafio!?
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Texto: Nuno Sousa
Fontes de informação: ATAD – Amigos do Trail e Oralklass – Amigos do Trail