13ª Rota do Queijo de Montemuro

Foi por terras saloias que pedalámos no último domingo de agosto, dia 31, em mais um evento do calendário oficial da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB, onde estivemos no 13ª passeio Montemuro. Situado no sopé da Serra de Montemuro a mais alta do concelho de Mafra, rodeada por serras e vales, com magnifica vista para o Rio Tejo e para o vale de Loures,  também agraciada com a bela paisagem de Sintra e do azul e cintilante Oceano Atlântico.
Montemuro bem cedo começou a receber os participantes, que começaram por se concentrar no campo de futebol. Confirmadas as inscrições, reviveu-se  alguns momentos entre amigos com dois dedos de conversa, antecipando-se a partida que foi dada pelas 9,30. Pela frente 50 quilómetros para percorrer, num trajeto de dificuldade alta, com passagem por Rogel, Stº Estevão das Galês, Portela, Vale da Andorinha, Malveira, Vila Franca do Rosário, Enxara do Bispo, Enxara dos Cavaleiros. Aqui tempo de paragem para restabelecer, e comer uma fruta e beber umas bebidas, já que o calor começava a apertar.

Retomadas as pedaladas, seguiu-se direito ao Milharado, Póvoa da Galega, Vale de São Gião, Venda do Pinheiro, Malveira, Vale da Andorinha, Portela, Rogel, e Montemuro, onde a chegada ocorreu pelas 12,30 horas.

Num passeio marcado por um excelente tempo, onde o calor se fazia sentir e pela grande dificuldade numa zona de sobe e desce, nada foi motivo para desanimar ou desistir, com os cicloturistas a pedalarem a bom ritmo, e a superar todas as dificuldades apresentadas pela frente.
Para Henrique Marques, responsável pelo evento, “este foi mais um grande passeio, apenas uma pequena queda nada grave e onde tudo correu bem”.
Os participantes estavam satisfeitos no final, o que agradou  à organização que reconheceu  a dureza do trajeto, embora as alternativas não sejam  muitas, tendo os desafios que foram colocados agradado aos participantes deixando  votos de que todos os que estiveram presentes, e outros, o estejam também  em 2015.

O comentário final:
Agosto despediu-se assim com mais um grande passeio, Montemuro, em  mais um ano que  todos os que estiveram presentes. A excelente organização, o andamento ideal marcado para pedalar, e em especial o trajeto com estas características.
No final, não faltou o tradicional almoço, que se estendeu tarde dentro com grande convívio, onde não faltou o tão afamado queijo fresco de Montemuro, que deliciou os participantes, no seu tão afamado passeio a “Rota do Queijo”, com um reconhecimento e um louvor à organização.
Pouco mais do que deixar os parabéns, com os votos não só de nós, mas também dos participantes, em voltar a mais ma edição da “Rota do Queijo de Montemuro”, terra de grandes tradições. Até lá ficam os votos de bons passeios, boas pedaladas, com um até breve num desses passeios realizados por esse Portugal.

Deixo aqui um pouco de história de Montemuro  uma pequena aldeia que vivia dos trabalhos do campo.
Na aldeia produzia-se os cereais para fazer o bom pão, as palhas para os animais se alimentarem durante o verão, porque de inverno o alimento era mais abundante. Todo o tipo de horticultura, e também era feito a recolha do leite, uma parte ia para a cooperativa e a outra era para fazer os bons queijos. Foi nesta aldeia de Montemuro, que nos anos 60 saíram os primeiros queijos frescos para a então Vila de Loures e para a cidade de Lisboa. Os queijos frescos eram feitos pelas mulheres da aldeia através do leite retirado dos animais que tinham para este propósito, que eram ovelhas e cabras que, com este leite faziam os deliciosos queijos que eram vendidos de porta em porta quer na então Vila de Loures, quer em Lisboa.
Os queijos frescos eram transportados em caixas de madeira com algumas prateleiras, onde eram postos com muito cuidado para não se partir e ficassem direitos. Mas com o passar dos anos esta tornou-se uma indústria com alguma dimensão, hoje já existem várias fábricas, umas familiares outras já como indústria de grande dimensão.
Montemuro é uma aldeia simpática, mas, como todos nós, ela também mudou. Os campos deixaram de ser cultivados, devido à falta de rendimento na produção. A população mais idosa foi obrigada a deixar os campos por falta de forças, e os mais novos saíram na expectativa de uma vida melhor porque o trabalho no campo não chegava para sobreviver e sustentar a família. E então ouve necessidade de procurar novas formas de vida fora da aldeia.

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