Convívio Cicloturistico Associação Pescadores Musgueira

Voltamos novamente esta semana a Lisboa, desta vez ao Lumiar, para acompanhamos o 18º passeio de cicloturismo, organizado pela Associação Recreativa Pescadores da Musgueira Norte, um evento do calendário oficial da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB), que contou com os apoios da Junta de Freguesia do Lumiar e Câmara Municipal de Lisboa.

Equipa organizadora

18º Convívio Cicloturistico Associação Pescadores Musgueira

Com cerca de 55 quilómetros para percorrer, a concentração ocorreu pelas 8 horas junto às instalações da Junta de Freguesia do Lumiar, sendo dada a partida cerca das 9,15.

Os participantes iniciaram o passeio cicloturistico pela Alameda das Linhas de Torres, Av. Rainha D. Amélia, Telheiras, Av. Padre Cruz, Campo Grande, Entre Campos, Campo Pequeno, Saldanha, Marques de Pombal, Rato, Estrela, Av., Infante Santo, Av. Brasília, Belém, e Algés, onde junto à Doca Pesca foi tempo de paragem, e abastecimento liquido e sólido.

Retomadas as pedaladas, fizeram agora o inverso, percorrendo o mesmo trajeto até Alcântara, seguindo-se pelo Cais do Sodré, Terreiro do Paço, Av. Infante D. Henrique, Av. Marechal Gomes da Costa, Rotunda do Relógio, Av. do Brasil, Campo Grande, Alta de Lisboa, Estrada da Torre, Alameda da Linhas de Torres, e Quinta da Conchas, onde o evento terminou, cerca das 12,45 no magnífico espaço verde que os lisboetas possuem ali á sua disposição.

Cicloturistas muito aplaudidos por estrangeiros na passagem pelo Terreiro do Paço

O postal ilustrado do passeio

Numa manhã que prometia ser de muito calor, já que o mesmo se fez sentir logo pelo seu inicio, o sol manteve-se encoberto parte do percurso, mas com uma aragem bem quente, depois apareceu em força, tendo as temperaturas ultrapassado os 30 graus, e no final a baterem os 36.

Não foi motivo para desanimo dos participantes, que pedalaram a bom ritmo, num pelotão quase sempre compacto, já que a velocidade mantida era de passeio e não de corrida, pois de um passeio se tratava, satisfazendo as várias centenas de cicloturistas, que participaram nesta pedalada por Lisboa.

Foi um belo passeio, apenas a queda de um cicloturista marcou o evento, um elemento dos Águias da Boavista, que tocou num lancil, e acabou por cair, tendo sido transportado ao hospital, mas sem nada de grave lhe ter acontecido, descuidos que muitas vezes terminam em acidentes.

De referenciar ainda, o excelente trabalho feito pela PSP-Trânsito, um trabalho de louvar, e da organização que tentou dar o seu melhor, sabendo receber na sua terra, tentado dirigir o passeio o melhor possível num trajeto de dificuldade, baixa/média, e terminando com um grande almoço convívio, onde não faltaram no final as tradicionais lembranças alusivas ao mesmo.

Musgueira bairro muito problemático

E em final de reportagem, nada melhor do que fazer uma referência à origem de um bairro em tempos visto com receio, um bairro muito problemático, e onde felizmente, nem todos se podem colocar no mesmo saco, existiam os problemáticos, mas também existiam pessoas corretas, pessoas de bem, com os votos de bons passeios boas pedaladas, aqui fica e história da Musgueira.

Musgueira, atualmente inserida no novo bairro da Alta de Lisboa, pertence ao Lumiar, uma freguesia com muita história, muita tradição, e para quem não conhece um pouco desta freguesia do Lumiar, aqui ficam alguns pontos da mesma.

Foi criada em 2 de abril de 1266. Em 1312, D. Dinis efetua a partilha dos bens do Conde de Barcelos, ficando para D. Afonso Sanches, seu filho bastardo e genro do Conde, uma quinta e casa de Campo no Lumiar, a que se passou a chamar Paços do Infante D. Afonso Sanches. No reinado de D. Afonso IV, esta residência nobre adquire a designação de Paço do Lumiar, a qual ainda hoje se mantém.

As Senhoras também marcam presença no cicloturismo

Um sítio de nobres quintas, olivais e vinhas

No início do séc. XVIII, era definido o Lumiar como “um sítio de nobres quintas, olivais e vinhas”, sendo os principais frutos da terra o vinho, o trigo, a cevada e o azeite.

Em meados do séc. XIX, realizavam-se no Lumiar três feiras anuais (Fevereiro, Junho e Agosto), todas muito concorridas, especialmente a de Santa Brígida, em que havia romaria e bênção do gado.

De 1852 a 1886, esta freguesia esteve integrada no concelho dos Olivais, sendo finalmente incorporada no território da Cidade de Lisboa, em 18 de julho de 1885, desde os princípios do séc. XIX que a população da freguesia tem tido progressivo aumento.

No séc. XX, assiste-se na freguesia a um forte aumento populacional – 2.840 habitantes em 1900 para mais de 30.000 em 2000, tendo a antiga aldeia perdido, nas últimas décadas, quase definitivamente as suas características, com os diversos parques habitacionais.

A grande aposta atual é o bairro da Alta de Lisboa. Foi inaugurado, no dia 10 de Outubro de 2007, o último troço do eixo norte-sul, facilitando o trânsito de toda a capital portuguesa, a freguesia do Lumiar é servida pelo parque recreativo Quinta das Conchas e dos Lilases.

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Texto e foto: José Morais

 

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