Amar e tremer os ossos na APO Family Race

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O calendário nacional de atletismo nacional tem no primeiro mês de Novembro, uma das suas principais paragens com a realização da Maratona do Porto. A complementar a prova da distância mítica, esteve a prova secundária, a Family Race que neste ano teve o apoio da Associação Portuguesa de Osteoporose dando assim o nome à prova de APO Family Race Corrida Ossos Saudáveis – Ama os teus Ossos!

A APO Family Race Corrida Ossos Saudáveis aconteceu Domingo (4) de Novembro pelas 9:00horas no Porto e foi uma organização da RunPorto com o apoio Câmara Municipal do Porto, Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia e Câmara Municipal de Matosinhos, Porto Lazer, PSP, FPA e AAP e aos atletas estava proposta uma corrida cronometrada na distância de quinze quilómetros.

A equipa de OPraticante.pt esteve presente na APO Family Race e agora apresentamos todas as notas como ele decorreu.

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Percurso acidentado junto ao mar

A APO Family Race teve partida junto ao SeaLife e chegada no Queimódromo situado junto ao parque da cidade do Porto. A partida da Family Race aconteceu ao mesmo tempo da Maratona e teve o seu bloco de partida colocado depois dos vários blocos de partida da Maratona, assim quem pretende fazer grandes marcas na distância tem pela frente uma tarefa árdua.

A prova tem nos seus primeiros doze quilómetros, o mesmo percurso inicial da Maratona sendo esse trajecto realizado com os maratonistas.

Os primeiros três quilómetros de prova levam os atletas em subida pela avenida da Boavista para depois fazerem uma incursão à esquerda para a Vilarinha e depois descerem pela Circunvalação até à Fonte Luminosa e subirem para zona de chegada da prova e ai passarem a marca dos cinco quilómetros.

Os quilómetros seguintes decorrem em Matosinhos com uma passagem junto da rotunda da Anémona e indo em direcção ao Porto de Leixões onde se passa debaixo da ponte móvel e se faz um retorno ao oitavo quilómetro de prova. A passagem ao quilómetro dez é feita em plena Avenida Serpa Pinto e com os atletas a regressarem à Rotunda da Anémona.

A separação das distâncias da APO Family Race e da Maratona

Os quilómetros finais fazem os atletas passarem mais uma vez pela linha de partida e na rotunda do Castelo do Queijo despedem-se dos maratonistas que seguem pela Avenida Brasil. Já os participantes da Family Race voltam a subir a Avenida da Boavista para depois fazerem um retorno e descerem para nova passagem na linha de partida e posteriormente subirem a Circunvalação e finalmente terminarem a prova dentro do Queimódromo.

O percurso da APO Family Race como mencionado não é talhado para grandes marcas devido à sua posição na linha de partida já que depois muitos quilómetros são percorridos num ziguezaguear entre atletas que correm num ritmo mais lento. A juntar a isto, as condições climatéricas no dia da prova não foram as ideais com uma chuva que caiu durante toda a prova e um vento frio que fazia os seus estragos principalmente nas passagens junto ao mar.

Vencedores

Jorge Santa Cruz vence APO Family Race 2018

O grande vencedor da prova foi Jorge Santa Cruz em representação do Sporting Clube de Braga. O atleta bracarense terminou a prova com 46:31min. A completar o pódio ficou Daniel Pinheiro na sua primeira representação pelo seu novo clube o CDS São Salvador Do Campo com 46:53min e José Azevedo do Boavista FC com 47:38min.

Emília Pisoeiro vence competição feminina

Na vertente feminina da prova, a vencedora da prova e de forma isolada foi Emília Pisoeiro do Recreio Desportivo de Águeda com 52:15min. A completar o pódio ficaram Susana Godinho do Sporting Clube de Portugal com 53:27min e Vanessa Carvalho do Sporting Clube de Braga com 53:51min.

Vencedores por escalão

A prova teve vencedores para dois escalões. Em seniores, os vencedores foram Jorge Santa Cruz do Sporting Clube de Braga masculinos e em femininos, Emília Pisoeiro do Recreio Desportivo de Águeda. Em veteranos, triunfo de Daniel Pinheiro do CDS São Salvador Do Campo masculinos e Luísa Oliveira do Paredes Aventura em femininos.

A prestação dos representantes de OPraticante.pt na APO Family Race

A equipa de o OPraticante.pt esteve reapresentada por três atletas na prova e obtiveram os seguintes resultados, Nuno Fernandes (1168º geral / 233º sénior) – 01:28:50, Paula Saraiva (2314ª geral / 580ª vet) – 01:47:07 e Arminda Basílio (2315ª geral / 581ª vet) – 01:47:07.

Prova com boa organização mas com final …

Como é tradição, é nesta prova que a RunPorto mostra toda a sua qualidade organizativa.

O levantamento do dorsal decorreu sem demoras na feira da Maratona na Alfandega do Porto e aos atletas era entregue um saco alusivo da prova com uma t-shirt técnica branca da prova, o dorsal com chip, uma revista da prova, folhetos promocionais e um pacote de leite do patrocinador. Após a prova para além da medalha finisher, era entregue banana, água e um leite achocolatado. Para um preço de inscrição de 10/13 euros o que foi entregue foi adequado, embora seja da opinião que sendo uma prova superior a dez quilómetros o abastecimento final tivesse que ter algo mais como por exemplo bebida isotónica.

A prova teve todas as valências para os atletas, guarda-roupa, espaço de massagens, wc`s embora estes tivessem sido poucos, pelo que as filas para os que haviam em certo momento eram bem longas.

Locais de partida e chegada

Os locais de partida e chegada estavam todos bem isolados e sinalizados, tal como também estava ao longo da prova nos cruzamentos. Os dois abastecimentos que a prova teve eram em grande quantidade e espaçados o que evitava confusões. Nas mesas havia somente águas. A quilometragem também esteve toda assinalada durante a prova.

O grande problema a apontar a esta prova a nível organizativo foi o pós-prova e as longas filas para se levantar os pertences no guarda-roupa. Para piorar isto, estavam as condições climatéricas com vento e chuva forte. Não se entende que com todas as previsões climatéricas a apontarem mau tempo, os atletas tivessem de ser sujeitos e estar mais de trinta minutos em pé, ao frio, enrolados num plástico e a tremer para levantar a sua mochila.

A questão principal não é o ter feito mau tempo na hora da prova mas sim sujeitar a tanto tempo de pé os atletas para algo tão simples. Havia um défice de staff no guarda-roupa que na sua maioria eram adolescentes e muitos assustados com os protestos que se ouviam. A dado momento vários atletas tentaram invadir a tenda do guarda-roupa. Ainda bem que no dia seguinte à prova a organização reconheceu que esteve mal.

Algo que também faltou foi uma tenda para os atletas procederem à troca de roupa. Nas condições que estavam era o mais adequado a se ter feito. Espaço para a tenda havia muito. Coitado de quem teve de andar quilómetros para o automóvel depois de longos minutos na fila de espera.

Prova com pouco público em Matosinhos

É já um clássico que esta prova não tenha muito apoio popular. Tirando a zona da rotunda da Anémona onde muitos familiares de atletas se colocam a apoiarem os seus, os primeiros doze quilómetros da Maratona e a APO Family Race praticamente não têm público nas ruas a apoiarem. É certo que as condições do tempo não ajudaram, mas quem esteve em outras edições da prova sabe bem que acontece a mesma coisa se o tempo estiver favorável. É caso para dizer que passar a Maratona em Matosinhos e não passar é quase a mesma coisa, quem tem de fazer a festa são os atletas. Ainda temos muito que aprender com o público espanhol, se é que um dia vamos aprender!

Excelente ambiente entre os atletas na Family Race

A APO Family Race é uma prova especial pois permite sentir durante muitos quilómetros o pulso a quem vai fazer a maratona. No inicio da prova sente-se a ansiedade no ar até ser dado o tiro de partida. Os primeiros quilómetros da são feitos a ziguezaguear por entre maratonistas que entraram na sua prova com todas as cautelas. Os quilómetros vão se desenvolvendo e os incentivos entre os atletas entre um e outro o retorno vão-se multiplicando. Na separação de provas junto ao castelo do Queijo para muitos participantes da APO Family Race fica o sonho, o sonho de um dia seguir Avenida Brasil abaixo e tentar a mítica distância.

A comprovar este excelente ambiente vivido na prova estão os seus números de afluência com quase a rondar os três milhares. Este ano, a afluência foi de 2769 atletas, tendo ocorrido uma ligeira quebra em relação aos 2843 da edição transacta. São números muito interessantes e que fazem desta prova uma das mais frequentadas em Portugal.

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Classificações completas.

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Texto: Nuno Fernandes
Fotos: Runporto

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