Clássica de Idanha-a-Nova… a beleza de uma região

Começa cedo a azáfama por Idanha-a-Nova neste solarengo dia primaveril de 2 de abril de 2017.
Clássica de Idanha-a-Nova
Idanha-a-Nova é uma vila portuguesa no distrito de Castelo Branco, região Centro e sub-região da Beira Interior Sul, com cerca de 2.100 habitantes.
Os mais de 300 atletas inscritos na Clássica começam a ocupar as ruas desta vila que a 11 de dezembro de 2015 a UNESCO considerou como Cidade da Música, como parte do programa Rede de Cidades Criativas.
Para a edição de 2017 da Clássica de Idanha-a-Nova, a organização deu a escolher aos seus participantes duas distâncias, sendo o Granfondo com 152km e 2200 metros de acumulado de subida e o Mediofondo com 84km e cerca de 1200 metros de acumulado de subida.
Como pontos altos e desafiantes dos dois percursos, a Associação de Ciclismo da Beira interior e a Associação de Cicloturismo de Idanha-a-Nova brindou os participantes no percurso do Granfondo com 143km de asfalto, 6,5km pavé e 2,4km sterrato. Já no Mediofondo 80,4km de asfalto e 3,6km de pavé.
Levantamento dos frontais e dorsais rápido e eficiente junto à partida.
A organização dispôs os atletas por boxes conforme a ordem de inscrição confirmada.
A partida
Às 9h em ponto deu-se a partida dos atletas para uma jornada épica onde a beleza natural e a dureza do percurso deixava no ar um desafio daqueles que queremos superar e que nos leva aos limites das nossas forças e capacidades, assim fosse “ligado” o chip da competição ou somente a parte do lazer e desfrutar do percurso e locais de passagem.
Boa segurança, por parte das Forças de Segurança durante a prova e que incutia nos atletas a confiança de um percurso sem obstáculos, levando a que houvesse a possibilidade de uma maior entrega ao prazer de pedalar em competição.
Passagens por aldeias e locais históricos tais como Monsanto, local que levou os atletas ao primeiro esforço propriamente dito do dia e seu duro e imponente pavé.
Divisão de percursos
Cerca dos 40km de prova deu-se a divisão dos percursos perto de Alcafozes, seguindo o Mediofondo em direcção a Landoeiro e posteriormente a Idanha-a-Nova e o Granfondo em direcção a Zebreira, Segura, Salvaterra do Extremo sempre com a dureza do pavé a levar os atletas ao limite.
À passagem pela zona de Monfortinho os atletas tiveram de ultrapassar uma das modas das provas de ciclismo… 2,4km de sterrato, ou seja, estradão de terra batida.
Deixa-se aqui a sugestão à organização de numa futura edição tentar dentro dos possíveis passar uma máquina no local para que não haja pedras do tamanho das que se viram no local e que podem colocar em questão a continuação do atleta seja em azares físicos ou materiais.
Inclinações a rondar os 20% nesta clássica de Idanha-a-Nova
Seguiu-se a linda aldeia de Penha Garcia onde uma vez mais à semelhança de Monsanto, a ascensão foi feita em pavé com inclinações a rondar os 20% e via-se na cara de todos que “a coisa” não era fácil, mas exigente.
Segue-se rumo ao sopé de Monsanto e aqui o percurso coincidia com o inicial até Alcafozes onde se seguiu em direcção a Idanha-a-Nova via Senhora da Graça, uma subida coincidente aos dois percursos em onde os perto de 3km finais eram feitos primeiramente em subida com cerca de 8% inclinação média e como não podia deixar de ser a chegada à meta numa subida de 500 metros em pavé com 5%.
À chegada dos atletas era notório o cansaço e desgaste físico sendo unânime em todos que o pavé além de duro teve a sua beleza especial pois levou máquinas, leia-se bicicletas, e atletas ao limite, mas neste momento esta suplantada a prova e era momento de recuperar e desfrutar do momento.
Abastecimentos
Durante o percurso vários pontos de abastecimento, onde a organização optou por não fornecer abastecimento a quem não parasse o que neste tipo de provas não é de todo o mais correcto, assim como no caso da fruta ter as bananas descascadas o que impossibilitou os atletas de levarem consigo algumas e até mesmo em questões de higiene as mesmas estavam ao ar livre e ao toque de todos… a corrigir.
Banhos no Pavilhão Desportivo e almoço de porco no espeto nos Bombeiros de Idanha-a-Nova.
Quanto a classificações
No Granfondo o pódio ficou ordenado com pouca diferença entre os primeiros que levaram o seu esforço até há linha de meta com Carlos Gomes – Sintra Clube de Ciclismo, a obter a vitória com 4h23m02seg, seguido de Alexandre Guilhoto – GarBike – 4h23m14seg e André Filipe – A-do-Barbas – 4h23m22seg, repectivamente 2º e 3º lugar.
No Mediofondo os dois primeiros a proporcionarem espectáculo, Gil Santos – GDR Canaviais com 2h23m47seg, levou a melhor sobre o 2º Classificado – Hugo Alves – Individual com 2h23m52seg e Flávio Santos – Casa Benfica Castelo Branco com 2h24m39seg, completou o pódio.
Foi assim um excelente evento esta Clássica de Idanha-a-Nova, ficando desde já em aberto a edição 2018 que se espera que corresponde tal como esta edição de 2017 às espectativas dos participantes.
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Texto: Ricardo Saraiva
Fotos: Agnelo Quelhas