Escarpas da Maceira uma “Alegre” surpresa

Decorreu no passado dia 22 de maio o primeiro Trail Escarpas da Maceira, que como o seu nome indica, ocorreu na aldeia de Maceira, situada a norte de Torres Vedras. Este trail foi bastante marcado pela morfologia da zona, que diga-se de passagem, era muito variada, permitindo aos atletas disfrutarem de um trail de 20 km ou de uma caminhada de 9km, contando como padrinhos da prova Victor Ferreira e Maria Antonieta Sá.

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Maria Antonieta Sá, madrinha da prova

A organização foi bastante prestável ao longo de toda a prova, estando consciente que era um trail com troços muito difíceis, e que alguns participantes poderiam necessitar de ajuda, quer física, quer psicológica, ou até mesmo de orientação! Como já foi dito, a morfologia era bastante variada, mas com uma constante: o chamado “Sobe e Desce”. Com isto, foi possível constatar que foram incluídos todos, ou quase todos, os elementos que conferem dificuldade aos trails, tendo sido possível passar por uma imensa variedade de terrenos, o que é raro observar. A prova iniciou-se em estradão que depressa se transformou em caminhos estreitos a subir, e foi este tipo de transições que marcou o trail, especialmente no troço a seguir à ponte sobre o Rio Alcabrichel, onde os participantes foram direcionados para a praia do Porto Novo e passaram pela rebentação das ondas, onde depois fizeram uma subida “diabólica de bater com o queixo nos joelhos” para depois se depararem com uma paisagem fantástica. Pouco depois desse ponto, foi outra zona que marcava a prova, que era caracterizada por um trilho rochoso que ficava no cume de um monte que, por ser muito estreito, exigia a melhor atenção de todos os que por lá passassem. Felizmente, esta prova tinha muitos troços bastante técnicos, que certamente ficaram na memória de quem por lá passou, demasiados até para enumerar, pelo que a organização, na escolha dos trilhos está verdadeiramente de parabéns. Sendo a prova técnica que foi, alguns participantes sentiram que não conseguiam correr muito tempo de seguida, especialmente na segunda metade da prova, mas isso já é uma opinião subjetiva que se origina do estado físico de cada um. As “zonas perigosas” também foram outra constante nesta prova, existindo várias zonas que foram disponibilizadas cordas para fazer descidas de zonas bastante escorregadias, ou então, que foram estrategicamente colocadas para auxiliar os atletas no final da prova, que como se sabe, já não vão muito atentos, o que pode fazer a diferença, tendo a organização escolhido não arriscar em certas zonas.

No final, apesar da dificuldade da prova, todos os participantes no geral ficaram com um sorriso na cara por terem concluído uma excelente prova, e apesar de esta prova não ser a ideal para batermos a nossa melhor marca, foi sem duvida nenhuma uma prova bastante dura e completa. Prova excelente que mereceu um enorme elogio do seu padrinho Victor Ferreira:

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Victor Ferreira, padrinho da prova

“Esta prova foi uma surpresa para mim.
Tenho muitos anos de Trail e quando penso que está tudo inventado vem uma surpresa.
O meu amigo Carlos Alegre convidou-me a estar presente nesta prova com um nome sugestivo “Escarpas”!
Quem como eu que não conhece a região não imagina ao que vai. No entanto o amigo Carlos (Alegre) é um afamado organizador e dinamizador das corridas e da vida social e cultural desta bonita região à beira mar situada.
Além do saber acolher e tratar quem o visita, o Alegre, como trato carinhosamente, montou com imenso trabalho uma equipa e um percurso que deu origem a uma ORGANIZAÇÂO.
Esta Organização esteve exemplar a todos os niveis porque soube ser humilde. E se pensarmos que foi o 1º evento de Trail… Soberbo! Maravilhoso!
Fiz amigos, gostei do que vi, gostei de lá estar, e já me estou a preparar para a 2ª edição, nessa não me vão surpreender, não! Vou melhor preparado!
ESCARPAS? Belas paisagens, magnificos trilhos, durinho durinho como se exige nesta modalidade, muito técnico e variado. A prova de Trail onde vi mais cordas. Muito bom mesmo.
Tratamento idêntico para todos os participantes, do 1º ao ultimo, como o Trail e as boas maneiras exigem.
Por incrivel que pareça esta prova, no seu percurso, recordou-me o Cross Laminha, o AX Trail, os Trilhos Loucos da Reixida, a Serra da Freita, o Enduro da Ribafria…
Foi um misto de sensações únicas e concentradas numa só prova com um sobe e desce constante onde não se tinha tempo de descansar (podia sempre parar e sentar-me), areia, mato, calcário, grutas, ribeiras, praia…
Adorável surpresa. Soberbo percurso. Excelente traçado que exigiu imenso trabalho de corte e pesquisa. Parabés!!!
Almoço… Se o percurso foi surpreendentemente fabuloso o almoço foi uma prova à parte. Quatro ou cinco pratos, à escolha! Nem jantei à noite. Soberbo almoço.
Antes que me esqueça o meu OBRIGADO sincero pelo convite que me foi feito para ser padrinho das Escarpas da Maceira. Um bem Haja a TODA a Organização, pelo esforço, dedicação, e pelo imenso trabalho que tiveram. Adorei e recomendarei e quero voltar!
Obrigado Carlos Alegre!!!

A minha análise deste evento:
Divulgação = Excelente
Local Arena = Muito bom
Secretariado = Acessivel e rápido na entrega
Voluntários = Simpáticos, atentos e responsáveis
Percurso = Agradável rompe-pernas, com paisagens lindissimas
Abastecimentos = Dentro do exigivel
Balização = A melhorar
Balneários = À trail, Bons e com água quente
Prémios = Bons
Extra = Maravilhoso almoço
Organização = Excelente e simpática
Geral = A não faltar para a próxima edição

Observação final: Podia ser encurtada a distância sem deixar de ser uma prova dura e linda. A malta que mais sofre iria agradecer ainda mais! A Organização lucrava também.”

O Praticante fez-se representar por 3 atletas no trail de 20km, e uma atleta na caminhada.
No trail de 20 km, o atleta de O Praticante Artur Basílio obteve a 51ª posição na geral (15ª M40) com 3:15;25, seguido por Eduardo Figueira que obteve a 57ª posição da geral (1º M18) com 3:17;35, terminando-se com Carlos Figueira que obteve a 99ª posição da geral (26º M40) com 4:31;29.

Na geral masculina, Délio Ferreira – C.A. barreira, sagrou-se o grande vencedor com 02:03;52, seguido por Luis Dos Santos – individual com 02:07;32, fechando-se o pódio com Germano Capelo– C.A. Barreira, com 02:19;45.
Na geral Feminina a grande vencedora foi Cristina Ponte – AMC, com 02:31;00, seguida por Maria Antonieta de Sá – individual , com 02:59;58, terminando-se o pódio com Marta Fonseca – individual, com 03:05;00.

Excelente trail excelente convivio

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Texto de: Eduardo Figueira
Fotos de: Nuno Jorge, Anabela Santos e with you

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