Golfe | Ricardo Melo Gouveia, nº 1 português, soma segundo título do ano
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O nº 1 nacional, Ricardo Melo Gouveia, conquistou o seu 2º título do ano no Clube EDP PGA Open, que terça-feira terminou no campo nº 2 do Clube de Campo da Aroeira, em Almada.
Um mês depois de se ter imposto no 2º Morgado Classic, torneio internacional do Algarve Pro Golf Tour, de 10 mil euros em prémios monetários, Melo Gouveia venceu a etapa inaugural do PGA Portugal Tour (o circuito profissional português) de 2015, com prize-money de seis mil euros.
O golfista nacional melhor classificado no ranking mundial não se limitou a ser vencer. Na realidade, arrasou a concorrência, deixando o 2º classificado, Gonçalo Pinto, a 7 pancadas, e o 3º classificado, o campeão nacional, Tiago Cruz, a 8.
Ricardo Melo Gouveia, de 23 anos, totalizou 133 pancadas, 11 abaixo do Par do Aroeira-II, um campo desafiador, que já recebeu o Ladies European Tour, a primeira divisão do golfe profissional feminino europeu.
«Sinto-me muito bem (como campeão). Desde o primeiro dia que me senti sólido e é uma grande vitória, não só pelas voltas que fiz mas também pela diferença que consegui em relação ao 2º lugar. Estou no bom caminho para começar a época da melhor maneira», declarou o algarvio de 23 anos ao programa Golf & Golfistas da SportTV.
Se na segunda-feira começou com uma volta de 67 pancadas, 5 abaixo do Par, terça-feira melhorou esse registo para 66 pancadas, 6 abaixo do Par, embolsando um prémio de mil euros.
«No primeiro dia a diferença foi que quando fui para o mato consegui recuperar bem e transformei situações de bogey ou pior em Par ou birdie. No segundo tive muita consistência do tee e não dei muitas “abébias” como se diz no golfe», acrescentou “Melinho”.
«Sinto que o meu jogo está quase a 100% e espero estar a 100% na Madeira para começar o Challenge Tour de 2015 da melhor maneira», concluiu o jogador que terminou 2014 no 47º lugar do ranking do Challenge Tour, com apenas cinco meses de profissionalismo.
O melhor português dos últimos meses, vencedor de um torneio do Challenge Tour em Roma no final da época transata, fez no segundo dia birdies nos buracos 3, 4, 5 e 7, dobrando os primeiros nove em -4, e mais birdies no 11, 14 e 18, com 1 único bogey no 16, um back nine em -2. O 4 e o 5 foram os buracos em que fez sempre birdie e permitiram-lhe ganhar preciosas vantagens em ambas as voltas.
Gonçalo Pinto, que assinou dois cartões de 70 pancadas, 2 abaixo do Par, para um agregado de -4, arrecadou 800 euros, enquanto Tiago Cruz, autor de voltas de 70 (-2) e 71 (-1), ficou com 700 euros.
Pinto, o único jogador na história do golfe nacional a vencer no mesmo ano os Campeonatos Nacionais de profissionais e amadores (em 2012), somou no segundo dia6 birdies, 2 bogeys e 1 duplo-bogey, numa volta de altos e baixos, mas que terminou com -4 nos últimos 7 buracos. O algarvio diz que só houve alguma dúvida sobre o vencedor no início da jornada:
«Eu e o Tiago partimos empatados para a última volta, a 3 pancadas do Ricardo. Até começámos ambos com birdie no 1 e ele com Par, sentíamos que a vitória poderia estar ao nosso alcance, mas tive um deslize, o Tiago também e o Ricardo sentiu-se mais à vontade e foi fazendo o seu jogo. Ele está muito confiante e a partir desse momento senti que estava a lutar pelo 2º lugar.
«Depois de quatro buracos, o Tiago ia com -2, o Ricardo com -2 e eu com +2, ou seja, logo aí estava um bocadinho fora da corrida. Após oito buracos eu ia com 3 acima do Par, mas continuei a jogar o meu jogo, sabia que estava a bater bem na bola, melhor do que nos últimos tempos, era uma questão de ter paciência. Os putts começaram a entrar nos segundos nove buracos e fiz uma recuperação muito boa.
«O 2º lugar foi bom, até porque o Ricardo jogou um golfe muito bom, muito sólido do tee, não falhou muitos shots e só fez 1 bogey devido a 3 putts, é uma vitória completamente merecida da parte dele».
Quanto ao campeão nacional, Tiago Cruz, queixou-se muito do «duplo-bogey no buraco 16» que lhe custou o 2º lugar isolado. Antes disso tinha feito 4 birdies e 1 bogey.
Para além dos três primeiros classificados, merecem grande destaque três jogadores que na terça-feira efetuaram voltas de 3 abaixo do Par (69 pancadas), tirando partido de um dia de sol, quase sem vento: André Carvalho (que só passou a profissional em novembro) e os amadores da seleção nacional da FPG, João Ramos e Gonçalo Costa.
André Carvalho e João Ramos partilharam o 4º lugar (-2), enquanto Gonçalo Costa dividiu o 6º posto (-1) com o ex-campeão nacional, Pedro Figueiredo.
João Carlota e João Pedro Carvalhosa empataram na 8ª posição (a Par) e o top-ten fechou com Sérgio Ribeiro (+1). Entre 32 jogadores, haver 9 abaixo do Par, com um vencedor com -11… são resultados muito bons.
«Acho que no geral os resultados foram ótimos», frisou Ricardo Melo Gouveia. «É um bom sinal, quer dizer que os portugueses estão a começar a dar cartas e esperemos que assim continue até ao final do ano», sublinhou Gonçalo Pinto.
O Clube EDP PGA Open, patrocinado pela KBR, mereceu no segundo dia a visita de Manuel Agrellos, Miguel Franco de Sousa e João Coutinho, respetivamente, presidente, secretário-geral e diretor-técnico nacional da Federação Portuguesa de Golfe. Na cerimónia de entrega de prémios estiveram José Correia, presidente da PGA de Portugal, e Carlos Fonseca, diretor da Aroeira.
O próximo torneio para os melhores jogadores portugueses será o 1º Castro Marim Classic, a 6 e 7 de março, a contar para o Algarve Pro Golf Tour, com 10 mil euros em prémios.