Nelson Sousa, B150 exige preparação de meses

Nelson Sousa

Nelson Sousa

No seguimento do artigo anterior sobre a Bairrada Ultra Marathon 150, ainda deu para falar com o vencedor da B150, Nelson Sousa que fez um resumo da sua prova para OPraticante.pt com anotações muito importantes a todos que se propõem a participar em eventos deste género:

B150 exige preparação de meses, declarou Nelson Sousa

Quando nos surgem objetivos teremos de nos focar e trabalhar durante horas para preparar da melhor forma a sua concretização, será um lema que todos os participantes da B150 terão de levar a peito nos meses antecedentes a sua participação, começou por dizer Nelson Sousa.

 

Uns a participar na B150 em solos, outros em duplas e triplas na passagem dos 50km.

No decurso desta edição da B150 , somente seguia eu, Nelson Sousa e o Sérgio Meneses, pois o David Vaz passava o testemunho à Celina Carpinteiro.

Celina Carpinteiro

O meu pitstop foi curto pois líquidos e sólidos ainda eram vastos e nestas situações um saco de hidratação será a melhor opção para diminuir paragens e aumentar a ingestão de líquidos, pois são fundamentais para o nosso organismo.

Os trilhos a estreitarem aumentando a técnica para os ultrapassar

Saberia que teria de ter algum cuidado para aguentar um ritmo certo, mas ciente que muitos kms se seguiriam pela frente na B150, já nos 83kms, com a inclinação a aumentar acentuadamente e os trilhos a estreitarem aumentando a técnica para os ultrapassar, pois a pedra irregular e a lama dificultavam ainda mais.

As forças teriam de ser melhor geridas a partir deste momento, mas a diferença já se notava no andamento pelos 94kms, onde marquei um andamento de forma a ganhar espaço e gerir o tempo que começava a dilatar para o Sérgio.

Já ciente que seria possível chegar na frente a gestão teria de ser eficaz e sempre pelas encostas mais áridas, já era possível ver as distâncias “algo confortáveis” mas sem desleixar a alimentação pois metade já estava ultrapassado e ainda restavam uns longos 60kms.

Nelson Sousa

Uma quebra brutal, deixando-me um pouco desorientado

O fim da dureza no Caramulinho pelos 120kms, que nunca mais se aproximava, mas o que viria ao km 114, comigo a ter uma quebra brutal, que me prejudicou, deixando-me um pouco desorientado, mas a tentar manter a calma e ingerindo um gel de forma a colmatar o défice

Este momento certamente nunca mais esquecerei, assim como o ligeiro vento e a sensação de cansaço, somente compensado pela vista sem fim…

Aquela eólica no horizonte (Caramulo) só me moralizava, pois, alcançando-as seria sempre em terreno rápido e limpo até Águeda.

A adrenalina da descida tomava-me, mas o xisto era perigoso e o cuidado teria de ser redobrado, pois não se poderia deitar por terra todo o sofrimento, que aí continuaria, como dos últimos kms se tratassem da minha vida.

Nelson Sousa

Aplicando um último esforço pelos novos singles a par do rio Vouga e antevendo a chegada que se aproximava com o passar de ponte, a felicidade me tomava por chegar bem, sendo acolhido com uma alegria contagiante e ensurdecedora pelos tambores e aplausos, a organização, as câmaras e micros eram tantos que só reforçava o feito.

Respirar e beber algo doce pensando que consegui e que muitos se seguiriam com o mesmo sentimento de terminar “bem satisfeito” era algo que me enchia de orgulho e satisfação.

Obrigado B150 e “Parabéns a todos

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Texto: Ricardo Miguel
Fotos: Página do evento

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