O Grande Lago transbordou de sucesso

A 2ª edição realizou-se a 3 de abril 2016, numa organização levada a cabo pelo Clube Piranhas do Alqueva em toda a zona envolvente do Grande Lago – Barragem de Alqueva.
O Convento da Orada, foi o local escolhido para receber os participantes e apoiantes, sendo igualmente a zona de partidas e chegadas do Trail em K30, K17 e ainda de uma eco caminhada.
Numa manhã que se previa continuar com muita chuva, o sol levou a melhor, impondo-se durante a realização do evento.
Pelas 08.00h o staff encontrava-se preparado para começar a receber os participantes, atletas e caminheiros, a fim de proceder à entrega dos kits com os dorsais. O ambiente era já de festa entre os presentes que se cumprimentavam, em mais um dia de aventuras pelos trilhos.
Às 09:00h, uma sessão musical serviu de acompanhamento a alguns exercícios de aquecimento, com vista a promover ainda maior boa disposição e a prevenir lesões decorrentes da prova.
Em três momentos diferentes foi dada a partida dos atletas e caminheiros para as diversas distâncias e distintos percursos.
Assim, foi dada a partida da prova em K30, acompanhada de batedores e atletas vassoura em Btt, partindo do Convento da Orada, com passagem pelo Cromeleque do Xerês e pelo Menir da Bulhôa. Já o pelotão ia bastante disperso e se definiam posições, visto até então o percurso ser bastante rolante e foi a partir do Km 7 que se iniciou a parte mais técnica do percurso, com a subida à serra do Outeiro a que se seguiu a respetiva descida em direção à Aldeia da Barrada, com passagem pelo interior da mesma.
Em direção ao castelo, um dos abastecimentos e posto de controlo, após o que se iniciou a subida da antiga e já degradada calçada Romana. Chegados à Aldeia de Telheiro, folgados devido à descida que antecedeu, foi feita nova abordagem ao convento da Orada e ao já visitado Cromeleque, percorrendo por ali o Trilho dos Afonsinhos descalços – designação histórica que remonta ao tempo dos Afonsos, que por ali caminhavam, precisamente descalços. Pelo Km 14, já muito se havia definido em termos de posições de classificação na corrida, e o percurso seguiu pela encosta do Castelo, no Trilho dos Tanques em direção á Ermida de Santa Catarina. Como foi possível verificar, este foi um percurso desenhado com uma grande componente histórica e cultural que permitiu ficar a conhecer muito do património de Monte Saraz.
O km 18 brindou os atletas com uma alternância de subidas e descidas, entre os 28% e os 37%, e aqui fica bem patente que afinal o Alentejo não é plano. É esta a zona, São Gens, que permite a melhor vista sobre o Grande Lago, com todas as suas pequenas ilhas, numa paisagem deslumbrante e já nas margens do Lago, o percurso desenrola-se ao longo de 2 kms que levam os atletas a dirigir-se ao ponto mais alto da Serra de São Gens, à Atalaia de São Gens – local das primeiras defesas do Castelo, relativamente aos mouros. Entrando na parte final do percurso, no single track em calçada romana, era alcançado o castelo, com entrada nas muralhas e descida abrupta, na ordem dos 36%, conhecida como “ estância de sky” que permite desfrutar da maravilhosa planície alentejana.
Já pelo Km 28, fez-se a subida ao castelo pela escadaria de entrada na vila medieval e após a visita a diversos pontos da mesma, foi feita a saída da vila em direção aos arrabaldes e descida até à meta, totalizando assim 31 km de percurso na sua maioria, histórico. O percurso da prova mais curta teve partes comuns, ao da prova mais longa, tendo-se verificado de menor grau de dificuldade e de menor distância relativamente ao previsto.
A zona da meta encontrava-se animada para receber os atletas, dispondo de um serviço de massagens, presente desde o primeiro até ao último atleta e foram entregues diversas lembranças de finisher, tais como uma medalha em artesanato e um vinho da região. Foi ainda possível verificar a boa disposição dos presentes que reuniam em pic-nic e dali iam acompanhando e aplaudindo os atletas que iam chegando.
Por fim, uma breve referência à escolha dos percursos, soberbo, de grande beleza e a marcação dos mesmos, irrepreensível, assim como os abastecimentos com tudo o que é essencial. No final uma excelente refeição servida no centro de convívio da Aldeia da Barrada.
A organização, composta por todo um staff simpático e com o sentir do que é ser participante e atleta verificou-se de total empenho e dedicação ao evento. Uma prova a registar na agenda para as próximas edições.
A cerimónia da entrega de prémios decorreu como previsto em bom ambiente, tendo ficado ordenadas as classificações na geral, da seguinte forma:
k30 a diferença entre os dois primeiros foi mínima com Davide Marques – Nutrimania SN a sagrar-se vencedor com 2h20m01s, seguido de Ezequiel Lobo – Bombeiros Voluntários de Montemor-o-Novo – 2:20;10 em 2º e 3º Nuno Massaneiro – Ciclo Clube Btt Elvas – 2:37;37, formaram o pódio masculino, em femininos a história foi diferente Rita Barroso – Correr em Évora, venceu destacada com 3:13;29, com Maria Elisa Santos – GURUS – 3h24:13 e Vera Correia individual – 3h44:21, respectivamente 2ª e 3ª classificada.
Em k15 em masculinos voltou a verificar-se um acesso despique aqui entre os três primeiros, com a diferença entre o 2º e 3º a ser de 2s, Luís M. R. Costa – individual – 1:04;32, venceu, com Sérgio Santos – ADFA-Évora – 1:04;42, e Hugo Carvalho – BAC – Beja Atlético Clube – 1:04;44, a ocuparem os restantes lugares do pódio, em feminino, nada de despiques, nem de histórias, venceu Inês Pinto – DIMP – 1:23;23, com Sílvia Silva – Évora Night Runners – 1:25;35, e Lídia Pinto – Papatrilhos Vila Viçosa – 1:26;25, a ocuparem os lugares imediatos.
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Texto : Isabel Barra
Fotos: Raquel Barreto