Fadiga Muscular o que é ? O que a provoca?
Hoje em dia, a sociedade está mais desperta e atenta para os benefícios que a prática do exercício físico nos proporciona. Para além de ajudar na manutenção/alteração da forma física, verifica-se uma melhoria na postura, redução de stress (muitas vezes provocado pela atividade profissional). Em suma, pode-se dizer que o desporto é essencial ao nosso bem-estar, melhoria da condição física e mesmo da nossa saúde, para que não aconteça a fadiga muscular.
Um ponto importante de quem treina, são os nutrientes ingeridos. A falta destes, poucas horas de descanso e treinos de alta intensidade podem dar origem ao que se chama Fadiga Muscular.
O que é a Fadiga Muscular?
A fadiga muscular aparece muito frequentemente, como referimos pela falta dos nutrientes certos, através da imagem acima, podemos confirmar que o tecido muscular, mais conhecido por músculo, é composto por fibras musculares que têm a função de contratibilidade. Os músculos por sua vez, unem os ossos, articulações ou outros tecidos.
Quando o atleta efetua um treino, seja ele com intensidade moderada ou elevada, vários músculos são colocados em prova, fazendo com que o esforço físico resulte num decréscimo da força contráctil independentemente da velocidade de condução do impulso neural. Pode também ser o resultado de alterações da velocidade e frequência de condução do impulso voluntário aos motoneurónios durante o exercício.
Com o exercício houve um grande desgaste muscular que é traduzido por pequenas ruturas nas fibras musculares que dão originem a processos inflamatórios marcados por elevada sensibilidade nos receptores da dor. O nosso corpo tem a capacidade de nos informar que o músculo ou determinados músculos foram bastante solicitados e que necessitam de tempo para recuperar, gerando assim dor e desconforto muscular, a qual tem sido apontada como um dos fatores que pode reduzir a capacidade de produzir força e diminuir o desempenho atlético.
Músculo irá sofrer inúmeras reações químicas ao longo do esforço físico
Por outro lado, em termos energéticos, o músculo irá sofrer inúmeras reações químicas ao longo do esforço físico, nomeadamente a fermentação e produção de ácido láctico.
No início do exercício o atleta consegue respirar bem e os músculos são bem oxigenados, sendo produzida 38 moléculas de ATP com o consumo de uma molécula de glicose.
Com o passar do tempo e com os picos do esforço físico a quantidade de oxigénio que entra no organismo será menor, e por sua vez, o músculo irá receber menos. Os batimentos cardíacos irão aumentar para fazer fase à falta de oxigénio no nosso corpo. Assim as condições musculares são sendo cada vez mais anaeróbicas, e as reações e consumo de energia vão sendo cada vez maiores.
Mas este processo de produção de energia ATP vai sendo cada vez mais reduzido produzindo 8 moléculas de ATP e duas moléculas de ácido lático. Estas moléculas de ácido lático irão depositar-se nas nossas fibras musculares, restringido o seu funcionamento. O atleta nesta situação irá começar a sentir sinais de dor e fadiga muscular, atuando como sinal de alerta, induzindo o fim da atividade para repouso e restabelecimento da capacidade fisiológica do órgão.
Na fase de repouso, os músculos mais solicitados e que possuem grandes quantidades de ácido lático irão ser difundidos pelo fígado, onde é convertido em ácido pirúvico e posteriormente em glicose armazenada na forma de glicogênio, sendo a conversão denominada de gliconeogênese.
Mas quais são os motivos para maior fadiga?
A fadiga muscular no corpo de um atleta irá ser diferente dependendo de:
Tipo de esforço físico;
Duração e intensidade do exercício;
Tipologia de fibras musculares recrutadas;
Nível de treino do sujeito;
Condições ambientais de realização do exercício;
Alterações do pH;
Temperatura e do fluxo sanguíneo;
Acumulação de produtos do metabolismo célula;
A perda da homeostasia do ião Ca2+, o papel da cinética de alguns iões nos meios intra e extra-celulares nomeadamente, o K+, Na+, Cl-, Mg2+,
A lesão muscular já existente no músculo;
Stress.
Formas de Recuperação muscular
Existem diversos métodos de auxílio na recuperação da fadiga muscular, nomeadamente, TENS (Neuroestimulação Elétrica Transcutânea), Acupuntura, Massagem, Alongamentos, etc.
O TENS é um recurso que utiliza corrente elétrica aplicada sobre a pele com finalidade de diminuir a dor e atua sobre a liberação de opióides endógenos a nível medular e da hipófise. Esta técnica é uma mais valia para os atletas e é de fácil acesso. É importante saber quais os músculos envolvidos e saber a origem e a sua inserção do mesmo.
A Massagem auxilia a oxigenar os músculos, aumentar a circulação sanguínea, a drenar as toxinas no organismo. Uma boa massagem poderá ajudar bastante o atleta a recuperar.
O Alongamento após a prática desportiva ajuda o músculo a alongar e a relaxar promovendo a um relaxamento e um alívio das dores pós-exercício. Quanto mais cedo puder alongar os seus músculos menos dores irá sentir. No entanto, poderá não ser suficiente após treinos de elevada intensidade e duração.
Acupuntura ajuda?
A Acupuntura poderá ter diversos efeitos na recuperação do atleta, sendo eles, o aumento da circulação sanguínea, que por sua vez vai fazer com que os nutrientes provenientes da alimentação cheguem ao músculo afetado e possa recuperar. Por outro lado, irá existir uma oxigenação do tecido muscular que vai ser extremamente importante visto que o Oxigénio é responsável pela eliminação do ácido láctico produzido pelo esforço físico. Isto leva ao aumenta da circulação linfática e drenagem de toxinas no organismo.
A inserção de agulhas poderá ser efetuada localmente nos músculos fatigados, bem como em pontos que iram auxiliar no processo de recuperação muscular. A Acupuntura poderá ser uma boa solução na recuperação de treinos de extremo desgaste, visto que com a inserção e o aprofundamento da agulha podemos chegar a músculos mais internos e que não possível chegar, quer com as mãos, quer com as placas do TENS.
Electroacupuntura
Para este tipo de situações e para obtenção de melhores e mais rápido resultados é efetuado electroacupuntura, ou seja, após a inserção e aprofundamento das agulhas de acupuntura são ligados determinados pontos a uma máquina electroestimuladora que irá emitir dois tipos de onda. Uma onda irá fazer a contração muscular e outra o seu relaxamento. Assim vamos estar a dar informação ao nosso Sistema Nervoso Central para atuar e despontar todos os mecanismos naturais de recuperação intramuscular.
Os chineses desenvolveram a acupuntura e têm uma visão do corpo humano como um todo e não por zonas. Isto leva a que acupuntura seja uma técnica utilizada de forma a recuperar não só a parte física (muscular), como a parte emocional e orgânica. Visto que o esforço físico leva a um aumento do metabolismo celular, das contrações cardíacas, por sua vez da hemóstase no Pulmão, entre outros processos. Ao nível emocional o atleta sente-se esgotado e as dores musculares produzem mau estar psicológico. Assim, o Terapeuta deve ajudar o atleta como um todo, parte muscular, emocional e orgânica.
Aumentar o potencial do músculo
Com a técnica da Acupuntura e com recurso à electroestimulação podemos diminuir o tempo de recuperação consideravelmente, e também aumentar o potencial do músculo e torna-lo mais forte para futuros treinos.
Para um atleta de elite é fundamental uma boa planificação de treinos, boa alimentação (proteína, hidratos de carbono, sais minerais, oligoelementos, etc.), bom descanso e também a ajuda de terapeutas para o aumento do desempenho muscular e recuperação muscular.
A electroacupuntura e também o TENS, não é recomendável a pessoas com patologias cardiovasculares e com próteses devendo ser aconselhados por profissionais da área.
Visualize também Acupuntura – Benefícios para o Desporto.
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Texto / Fotos: Joaquim Ribeiro (Terapeuta) – Acupumed