ALCANENA TRAIL O ENCANTO DE BEM RECEBER
O Alcanena Trail “Duas serras, Uma paixão!” poderá ser o primeiro passo para partir à descoberta de um território cheio surpresas, de locais e pessoas que nos encantam pela simplicidade e bem receber.
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Aproveitar o evento do Alcanena Trail “Duas serras, Uma paixão!” para conhecer a região
Porta de entrada no Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, o concelho de Alcanena encerra em si um sem número de lugares de extrema beleza natural e lugares que, pela intervenção do homem, marcam de forma inolvidável a paisagem onde se inserem.
A sua localização privilegiada na zona de transição entre o Maciço Calcário Estremenho e a Bacia Terciária do Tejo permite, a quem visita, percorrer um território com particularidades paisagísticas muito diversas.
Se por um lado a Serra (a norte) é caracterizada pelas superfícies elevadas e agrestes das Serras de Aire e Candeeiros, por outro lado, o Bairro (a sul), vê estenderem-se as planícies, as colinas baixas e as encostas onde os olivais são predominantes.
Situada entre o planalto de Santo António a Serra de Aire, a vila de Minde é, desde há muito, um importante marco da história natural e cultural do concelho de Alcanena.
Do riquíssimo património de Minde há a referir, para além da Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Assunção distinguida com classificação de imóvel de interesse público, o coreto com a sua cobertura em ferro, datado de 1933 e o Cine Teatro Rogério Venâncio, que marcam vida cultural e artística desta vila.
A Casa dos Açores, datada de 1926, onde está instalado o Museu de Aguarela Roque Gameiro é um local imperdível.
Dedicado à aguarela, este museu reúne parte da obra do grande Mestre da aguarela portuguesa nascido em Minde – Alfredo Roque Gameiro – assim como algumas obras de pintores seus contemporâneos que com ele privaram.
As suas ruas sinuosas e apertadas, o aproveitamento das rochas para sobre elas levantar paredes, a pequenez das casas e o traçado consoante os relevos do terreno, são os sinais da antiguidade ainda hoje bem visíveis.
Ao percorrê-las deixe-se levar pelo espírito desta comunidade, cumprimentando quem passa com um Alé!
Planeta cópio! (Olá! Bom dia!) em minderico ou na piação dos charales do Ninhou – a língua dos habitantes de Minde.
Não deixe de visitar o Atelier de Tecelagem, instalado no coração da vila.
Este importante centro de preservação e revitalização das Mantas de Minde (as verdadeiras mantas de lã) onde, além de poder ver os teares manuais em funcionamento, poderá ser testemunha das novas e diferentes aplicações destas nos objetos do nosso dia a dia.
Este dispõe ainda uma área de interpretação do percurso da lã, que está na base de toda a produção das Mantas de Minde.
Por fim, deixe-se deslumbrar pela “Mata” ou “Lagoa” de Minde, como é vulgarmente designado o polje de Minde-Mira (fenómeno raro de uma grande depressão fechada, de fundo mais ou menos plano, característico de regiões de relevo cársico) que não deixa ninguém indiferente quando, nos invernos mais chuvosos, se avista uma imensidão de água na base da encosta da serra e que une as duas vilas – Minde e Mira de Aire.
Este local foi classificado como zona Ramsar em dezembro de 2005, integrando a Lista de Zonas Húmidas de Importância Internacional, cuja proteção e conservação deverá ser assegurada.
O miradouro natural que se ergue nesta encosta, a caminho da Serra de Santo António, proporciona uma das mais belas vistas do Ribatejo.
Seguindo, então em direção a esta localidade, contemple o planalto que o homem compartimentou com muros de pedra solta, consequência da atividade de despedrega, indispensável à tentativa de conseguir solos aráveis, e que lhe dão, atualmente, um aspeto tão característico.
Aqui e ali encontramos restos de uma arquitetura tradicional assente na utilização da pedra meticulosamente trabalhada com mestria: muros, casas de habitação, anexos, casinas (abrigos de pastor) e marouços.
Os muros que dividem as propriedades de cultivo e pastoreio criam uma rede caminhos que se desenham por todo o planalto e que podem, ainda nos dias de hoje, ser trilhados pelos amantes da natureza.
Imerja numa das 11 pequenas rotas que o concelho tem para lhe oferecer, com diversos níveis de dificuldade devidamente sinalizadas e cuidadas, permitindo aos amantes das caminhadas desfrutar em segurança da paisagem que os envolve.
Descubra as mais variadas formações geológicas que distinguem a paisagem deste território do maciço calcário: das mais diversas pias “esculpidas” na rocha (depressões naturais na rocha, onde se acumulam as águas das chuvas), aos campos de lapiaz (formação típica de relevos cársicos produzida pela dissolução superficial de rochas calcárias ou dolomíticas).
Centro de Ciência Viva do Alviela – Carsoscópio
A visita ao concelho não poderá terminar sem uma visita ao Centro de Ciência Viva do Alviela – Carsoscópio.
Situado junto às nascentes do Rio Alviela, no sítio dos Olhos de Água, local com uma envolvente paisagística de grande beleza cénica que nos meses de verão convida a refrescantes banhos e nos meses de inverno nos deixa perplexos com a força das águas que, aos nossos olhos, surgem da rocha, este centro, onde a ciência e a diversão se encontram de forma perfeita, permite ao visitante entrar numa fascinante viagem virtual que o fará recuar no tempo para perceber como se formou a paisagem envolvente do Maciço Calcário Estremenho.
Além de dar a conhecer os percursos da água que brotam nas magnificas nascentes do Rio Alviela, mas que atravessam uma vasta extensão de território longe dos nossos olhos, no interior da terra, mostra-nos o mundo dos morcegos que habitam as grutas que estão logo ali ao lado, apelando à preservação e respeito pelo ambiente de forma interativa, divertida e educativa.
Se é um amante das pedaladas, este local alberga ainda o Centro de BTT, constituído por 5 circuitos devidamente sinalizados e planeados de forma a criar 4 níveis de dificuldade distintos.
São 200 kms de puro prazer ao dispor de todos os que nos visitam, desde os mais novos ou iniciantes nesta modalidade, até aos mais experientes e ousados.
Se ainda não fiou rendido aos muitos encantos que do concelho de Alcanena, sugerimos ainda uma visita ao Museu da Boneca (em Alcanena) que reúne, graças á dedicação da sua proprietária Rosa Maria Vieira, uma vasta coleção de cerca 7000 exemplares bonecos e bonecas das mais variadas formas, tamanhos e materiais que fazem as delícias de miúdos e graúdos.
Destacamos ainda, como lugares de visita imperativa, a Igreja Matriz de Louriceira, de invocação a Nossa Senhora da Conceição, classificada como imóvel de interesse público ou a Arcada do Vale, parte integrante do Aqueduto do Alviela, que levava até à capital a água das nascentes do rio que lhe dá o nome.
Uma parte importante da vida do concelho é a sua gastronomia, que está muito ligada às tradições e ao modo de vidas dos seus antepassados, aos sabores apurados que dependem da arte do tempero ou do azeite cru, tão rico e abundante neste território.
A famosa morcela de arroz, o cabrito, as migas, a couve com feijão ou a carne de alguidar ou os afamados Queijos da Serra de Aire, a degustar com um bom mel da região, são sabores antigos que ainda hoje podem ser degustados nos restaurantes por todo o concelho.
Já na doçaria destaque para as Broas dos Santos, Broas de mel e os Bolos Podres, os deliciosos Pastéis de Chícharo ou as finas e estaladiças Rocas de Minde.
Os festivais gastronómicos do Azeite e das Ervas Aromáticas e da Cachola e da Morcela, que decorrem ao longo do ano, convidam a uma estadia no concelho para provar o que de melhor este tem para oferecer.
Motivos e sugestões não faltam para descobrir este concelho! Fica o convite para virem participar no Alcanena Trail “Duas serras, Uma paixão!”
